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Pescador de Vila do Conde entre os 8 arguidos que transportavam 10 toneladas de haxixe em barco entre Marrocos e Líbia

15 Maio 2019
Pescador de Vila do Conde entre os 8 arguidos que transportavam 10 toneladas de haxixe em barco entre Marrocos e Líbia
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Uma rede de tráfico de droga internacional ofereceu, segundo o Ministério Público, um barco e pelo menos 180 mil euros a um pescador de Vila de Conde para transportar, ilegalmente, em quatro viagens, toneladas de haxixe entre Marrocos e a Líbia.
Ao todo, são oito os arguidos – metade dos quais de nacionalidade holandesa – que se sentam no banco dos réus, pela alegada prática, na sua maioria, dos crimes de tráfico de estupefacientes agravado e associação criminosa. Destes, seis – incluindo o pescador – foram detidos pelas autoridades portuguesas em maio de 2017, ao largo de Marrocos, a bordo de um barco com dez toneladas de haxixe escondido, avaliados em mais de 23 milhões de euros. João Caetano, alegado capitão dos barcos, desempenharia “uma posição de relevo” na organização.
A investigação, que decorria há um ano, culminou com a apreensão de uma embarcação de pesca transformada em barco de recreio que transportava a droga e a detenção de seis homens, dois dos quais portugueses, à saída do estreito de Gibraltar.
Os 333 fardos com o produto estupefaciente estavam acondicionados num compartimento da embarcação, que navegava com bandeira holandesa, não tendo sido difícil para as autoridades encontrarem a droga.
A operação conjunta da Polícia Judiciária, Força Aérea e Marinha portuguesas envolveu vários meios navais e aéreos, um dos quais apetrechado com equipamento de vigilância noturna, o que permitiu seguir a embarcação desde a sua origem até à interseção.
A abordagem marítima foi feita pela Marinha, não tendo havido resistência por parte dos membros da tripulação.
Durante a Operação Levante “não foram encontradas armas a bordo” da embarcação.
Os seis detidos têm idades entre os 20 e os 61 anos e são suspeitos de integrarem uma “organização criminosa de dimensão transnacional com fortes apoios em Portugal”.
A operação resulta de uma investigação da Unidade Nacional de Combate ao Tráfico de Estupefacientes e que contou com a colaboração da Europol, do Maritime Analysis and Operations Centre – Narcotics (MAOC-N), autoridades espanholas, francesas, holandesas e gregas.
O caso está agora em fase de julgamento, no Tribunal Judicial da Comarca de Lisboa.