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Homens imprudentemente poéticos

12 Dezembro 2017
Homens imprudentemente poéticos
Cultura
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Num Japão antigo o artesão Itaro e o oleiro Saburo vivem uma vizinhança inimiga que, em avanços e recuos, lhes muda as prioridades e, sobretudo, a capacidade de se manterem boa gente.
A inimizade, contudo, é coisa pequena diante da miséria comum e do destino.
Conscientes da exuberância da natureza e da falha da sorte, o homem que faz leques e o homem que faz taças medem a sensatez e, principalmente, os modos incondicionais de amarem as suas distintas mulheres.
Homens imprudentemente poéticos conta a história de uma pequena aldeia perdida num Japão longínquo e passado, que gira em torno da inimizade entre o artesão Itaro e o oleiro Saburo e da promessa tácita e íntima de secretamente se assassinarem.
Este livro de Valter Hugo Mãe resulta num trabalho de mestre da língua portuguesa. É através dela e perante ela que se desenrola uma história de poesia escrita em prosa e de associações improváveis que contrapõem vida e morte e ao leitor cabe o processo de introspeção e meditação.
“Uma luminosa parábola que fica a reverberar muito tempo depois”, disse, sobre o livro, José Tolentino Mendonça.
“As fascinantes personagens deste romance vivem num Japão que é ao mesmo tempo mitológico e íntimo, criado pela imaginação prodigiosa e profundamente poética do autor”, manifestou, sobre a obra, Richard Zimler.
Valter Hugo Mãe é um dos mais destacados autores portugueses da atualidade. A sua obra está traduzida em várias línguas, merecendo um prestigiado acolhimento em países como Brasil, Alemanha, Espanha, França ou Croácia. Publicou sete romances: Homens imprudentemente poéticos; A desumanização; O filho de mil homens; a máquina de fazer espanhóis (Grande Prémio Portugal Telecom Melhor Livro do Ano e Prémio Portugal Telecom Melhor Romance do Ano); o apocalipse dos trabalhadores; o remorso de baltazar serapião (Prémio Literário José Saramago) e o nosso reino. Escreveu alguns livros para todas as idades, entre os quais: Contos de cães e maus lobos, O paraíso são os outros; As mais belas coisas do mundo e O rosto. A sua poesia foi reunida no volume contabilidade, entretanto esgotado. Publica a crónica Autobiografia Imaginária no Jornal de Letras.