Última hora

Intervenção precoce em Terapia da Fala é importante?

30 Novembro 2017
Intervenção precoce em Terapia da Fala é importante?
Opinião
0

Fala-se muito da intervenção precoce, mas será que realmente sabemos o que é? Intervimos precocemente?
Este modelo de intervenção diz respeito, essencialmente, à prestação de serviços e apoios ou resposta às necessidades das crianças (dos 0 aos 6 anos) e suas famílias. Tem como objetivo incentivar e apoiar o crescimento e desenvolvimento da criança, permitindo-lhe o acesso a todas as oportunidades e atividades de que necessita. Prestar apoio e serviços à família, de forma a que possam ter um papel ativo em todo o processo de desenvolvimento da criança. O foco da intervenção precoce não é a criança, esta é alvo de intervenção sim, mas também há consideração pelos contextos e comunidade onde se insere, assim como pelos seus interlocutores. Sai das quatro paredes de um gabinete, vai para além do convencional, foca-se no todo e não só no indíviduo. O objetivo primordial é, portanto, promover qualidade de vida da unidade familiar.
Isto acontece sempre? Não. Felizmente cada vez acontece mais, mas ainda não se dá a a importância devida a esta questão. As falhas vão desde os técnicos de sáude, aos médicos, professores, educadores ou famílias que contactem com crianças com algum tipo de necessidade de intervenção. Ou porque se considera que a criança é demasiado “pequena” e se deve esperar para crescer, ou porque “isto há-de passar”, ou porque muitas outras “desculpas” que vamos dando. Mas e porque não prevenimos ou reabilitamos a tempo? Não é novidade para ninguém que as crianças desenvolvem inúmeras questões de dia para dia, então porquê deixar essas aquisições para trás? Quanto mais precoce a intervenção, mais oportunidades lhes damos, menos competências deixam pelo caminho. Aumentamos, assim, o bem-estar das crianças e famílias e prevenimos todas as questões negativas que possam desenvolver a par das dificuldades já existentes. Eles até podem adquirir as capacidades menos desenvolvidas quando forem mais crescidos, mas a custo de quê? De um esforço enorme da parte deles, da família e de todos os que cruzarem o seu caminho.
Portanto, é fundamental pensar nesta questão, não só para a terapia da fala, mas para muitas outras áreas que visam o bem-estar da unidade familiar.
Ainda há muito para aprender e crescer, mas estamos num bom caminho.

Bruna Freitas