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Estreia positiva, mas a ideia de jogo ainda não está bem oleada

8 Agosto 2017
Estreia positiva, mas a ideia de jogo ainda não está bem oleada
Opinião
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O Rio Ave começou a época de 2017/2018 da mesma forma que acabou a época de 2016/2017. Com uma vitória caseira sobre a equipa do Belenenses. O golo da partida foi marcado pelo reforço Francisco Geraldes ainda durante a primeira parte do encontro. A partida acabou por não ser muito bem jogada, o vento dificultou muito a vida aos jogadores das duas equipas e inviabilizou uma corrente de jogo fluída.
Análise à lupa:
Cássio: Igual a ele mesmo. Sereno, experiente e sempre que foi chamado a intervir não comprometeu. Perto de completar 37 anos, assume-se como um dos pilares da equipa do Rio Ave.
Yuri Ribeiro: Não comprometeu a defender e apoiou o ataque sempre que foi solicitado. Estreia positiva na Liga NOS por parte do lateral esquerdo que tem a missão difícil de substituir Rafa Soares.
Marcão: Talvez mereça o título de Man of the Match. Imperial na defesa, forte na antecipação, disponível para dobrar colegas de equipa e sempre que possível aventurava-se no ataque. Demonstrou qualidades técnicas e pode ser muito sinceramente uma das revelações do campeonato.
Marcelo: Fechou o espaço interior e as costas de Lionn. Juntamente com Marcão pode formar uma das melhores duplas de centrais do campeonato.
Lionn: Nota para uma boa exibição do lateral direito. Em final de contrato com o Rio Ave, poderá ser esta razão um acréscimo de motivação para o brasileiro mostrar o que vale e assumir-se definitivamente como um titular indiscutível na equipa vilacondense.
Pelé: O internacional sub-20 português tenta voltar à sua melhor performance mas o jogo não lhe correu da melhor forma. Muitos passes falhados, muito lento a tomar decisões. Valeu a eficácia que demonstrou a destruir o jogo da equipa adversária.
Francisco Geraldes: Apesar de saber que a maioria dos adeptos do Rio Ave tem uma grande expectativa em si, não vacilou e não desiludiu. Marcou o golo do jogo, decidiu quase sempre bem, não teve medo de pedir a bola e assumir a construção de jogo. Embora seja um jogador completamente diferente de Krovinovic, que saudades, penso que poderá desempenhar um pouco da função do croata.
Tarantini: Passa despercebido em quase todos os jogos, mas é um jogador importantíssimo para o Rio Ave. Deu estabilidade à equipa e permitiu que jogadores como Rúben Ribeiro e Francisco Geraldes não tivessem muitas preocupações em momentos defensivos.
Óscar Barreto: Típico jogador sul americano. Muito disponível para ajudar Lionn a nível defensivo e pressionar a primeira linha do Belenenses, forte a transportar a bola para o ataque e um pulmão enorme. Pecou por cair muitas vezes em espaços interiores e não dar largura ao jogo do Rio Ave. Um bom reforço!
Rúben Ribeiro: É um jogador especial. Trato de bola fenomenal mas por vezes demorou um pouco a soltar a bola e fez com que a massa associativa por vezes perdesse a paciência.
Guedes: Lutou, lutou e lutou. Não desistiu de um único lance. Merece destaque por o espírito de sacrifício que demonstrou.
Suplentes utilizados:
Pedro Moreira: Jogador menos no Rio Ave. Numa altura em que se pedia uma grande consistência a meio campo o jogador praticamente não tocou na bola e não criava dificuldades na construção de jogo da equipa do Belenenses.
Nuno Santos: Muito veloz e solidário com a linha defensiva do Rio Ave. Promete ser uma boa opção para Miguel Cardoso.
Bruno Teles: Entrou aos 89 minutos de jogo, sendo que ainda foi a tempo de fazer um passe de morte para Pedro Moreira que viria a ser uma oportunidade desperdiçada pelo médio português.
Miguel Cardoso: Estreia perfeita na primeira liga portuguesa. Resultado mais positivo que a exibição. Ideia de jogo um pouco confusa ao querer colocar Pelé, Tarantini, Geraldes, Rúben Ribeiro e Óscar Barreto no onze inicial (jogo muito concentrado no sector central do campo). Péssima leitura de jogo ao tirar Francisco Geraldes aos 74 minutos de jogo quando era o jogador mais no meio campo do Rio Ave.
Uma última referência para o facto de pela primeira vez nos últimos 26 anos os vilacondenses não terem ouvido o relato do Rio Ave pela voz de Paulo Vidal, que cobriu cerca de 1000 jogos da equipa.

Daniel Silva