A voz: o que precisa de saber

20 Julho 2017

Opinião

A voz consiste no som produzido pelo Ser Humano através da vibração das cordas vocais, localizadas na laringe, na passagem do ar que se origina dos pulmões. A cavidade oral e nasal, a língua, os lábios, os dentes, assim como o palato também contribuem para a moldagem da nossa voz. Além disso, é importante perceber que fatores como a idade, peso, estatura, raça, assim como a personalidade e o estado emocional da pessoa influenciam a conceção da voz produzida.
Uma boa voz carateriza-se por apresentar qualidade agradável, equilíbrio de ressonância (projeção), intensidade (volume alto ou baixo) e frequência (grave e aguda), sem rouquidão ou outros sintomas e principalmente sem esforço muscular.
Alterações ao nível da produção da voz são definidas da seguinte forma: a Disfonia refere-se a qualquer dificuldade na emissão vocal que impeça a produção natural da voz. A Afonia é a perda total da voz.
As causas mais frequentes para o desenvolvimento destas alterações são as laringites. Podem ser provocadas por uma constipação comum (vírus), por abusos vocais (como por exemplo gritar ou cantar muito alto, choro ou gritos excessivos das crianças), por inalar substâncias irritantes ou pelo consumo de tabaco ou álcool ou ainda, com menor frequência, pelo refluxo gástrico (ácido do estômago que irrita a laringe). Em alguns casos a inflamação da laringe pode resultar em verdadeiras lesões das cordas vocais como nódulos, pólipos ou granulomas de contacto. Existem profissionais de risco que têm maior propensão para estas patologias como são os professores e os cantores/músicos. Geralmente estas lesões curam espontaneamente em poucos dias. Contudo, em alguns casos, pode ser necessária a intervenção de profissionais de saúde como os Terapeutas da Fala, assim como da especialidade de Otorrinolaringologia, nomeadamente quando é necessário tratamento cirúrgico destas lesões. Existem causas menos frequentes, mas mais graves, para o desenvolvimento de alterações na produção da voz: neoplasias malignas, como por exemplo o cancro da laringe, assim como reações anafiláticas agudas. Assim, se além da disfonia ou afonia existe dificuldade na respiração ou na deglutição, se a disfonia dura mais de 15 dias ou se a mesma se acompanha de salivação excessiva, em especial em crianças, não hesite em contactar o seu médico de família. Estes podem ser sinais indicativos de uma doença grave.
Por fim, é importante conhecer alguns conselhos básicos que podem ajudar no cuidado adequado à sua voz:
– Não fume; qualquer dia e qualquer motivo são bons para deixar de fumar.
– Beba muitos líquidos; de preferência 1,5 a 2 litros de água por dia.
– Evite as bebidas muito frias ou muito quentes e as comidas picantes.
– Evite o álcool.
– Evite ambientes com ar condicionado ou com poeiras ou com substâncias tóxicas.
– Não grite.
– Não falar rápido, alto ou durante muito tempo seguido.
– Evite falar alto em ambientes ruidosos.
– Não sussurre, nem pigarreie fortemente.
– Se faz esforço e lhe custa a falar, principalmente nos momentos de stress, pare. Respire fundo e evite inícios tensos de vocalização.
– Evite roupas muito justas na zona do pescoço, tronco e abdómen.
– Evite abusar da sua voz!
– Cuide a sua voz!