NELO investe 10 milhões para produzir caiaques na ex-Qimonda Solar

Economia

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A NELO, que já conquistou 93 medalhas olímpicas, está a investir cerca de 10 milhões de euros na construção de uma nova fábrica. O maior produtor de caiaques do mundo vai ocupar as antigas instalações da ex-Qimonda Solar, em Vila do Conde.
Os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro já passaram e o português mais medalhado foi Manuel Ramos, NELO, nome por que é conhecido e marca dos caiaques que conquistaram 93 medalhas nas últimas seis edições dos Jogos Olímpicos. Só nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, as embarcações da NELO conseguiram 27 medalhas olímpicas, em 36 possíveis. Ao todo, foram oito de ouro, nove de prata e dez de bronze.
Manuel Ramos, de 56 anos, não gosta de falar em medalhas, pois acredita que “quem as ganha são os atletas”, mas a verdade é que as embarcações produzidas na empresa de Vila de Conde estiveram na origem da consagração da empresa NELO.
“Mais rápido, mais alto, mais forte” é o lema olímpico. Em dezembro passado, mês em que completou 57 anos de idade, Manuel Ramos arrancou com a sua provavelmente mais arriscada aventura empresarial: 10 milhões de euros de investimento na deslocalização da atual fábrica.
O maior produtor mundial de caiaques adquiriu as antigas instalações da Itarion Solar, nome de um mega-projecto internacional que não chegou a sair do papel, também situadas em Vila do Conde, no perímetro industrial da ex-Qimonda, actual Nanium, em tempos a maior exportadora nacional.
“Adquirimos o imóvel à Casais”, “o edifício estava impecável, uma construção espectacular”, salientou Manuel Ramos, referindo que fechou o negócio com a construtora Casais por 8,5 milhões de euros e que a mesma vai ser a responsável pelas devidas adaptações à actividade da NELO e que o investimento remanescente vai ser aplicado em “novos equipamentos, alterações do ‘lay-out’ e do sistema produtivo”.
Com a mudança para as novas instalações industriais, tudo vai duplicar na NELO: a área coberta vai ser de 16 mil metros quadrados, três vezes mais do que a actual, a capacidade anual de produção vai duplicar para cerca de oito mil embarcações, meta que o empresário prevê atingir “dentro de dois anos” e dobrar a facturação de seis milhões de euros registada no ano passado.
A NELO, que emprega atualmente 120 pessoas, vai também quase duplicar o seu quadro de pessoal: “Vamos passar para 175 até ao final deste ano e chegar aos 200 durante o próximo”, garantiu Manuel Ramos.
MAR Kayaks é a denominação social da empresa e corresponde às iniciais de Manuel Alberto Ramos, que começou a fabricar caiaques em 1978.
A NELO recebeu, no final do ano de 2015, o Prémio “Desporto e Inovação”, do Comité Olímpico Internacional, que distingue novas ideias e métodos utilizados no desporto, em todo o mundo e lançou, recentemente, o livro “do rio ao Rio”, que conta a história de NELO e da empresa desde o rio Ave até aos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro.