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Mensagem Pascal

12 Abril 2017
Mensagem Pascal
Opinião
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Chegados praticamente ao fim do Tempo Quaresmal, dirijo-me novamente a Vossas Excelências para vos transmitir um abraço amigo e generoso, ao jeito de quem vos contempla, serve e ama.
A Páscoa da Ressurreição está à nossa porta. Já se escuta intimamente o som das campainhas, as gargalhadas dos amigos e familiares. O sol já aquece. O Astro Resplandecente – Cristo, Luz do mundo – já ilumina os nossos dias, fazendo-os mais longos e produtivos.
O que é que esta Páscoa traz de diferente de todas as outras que já vivemos? Tudo o que nós desejarmos e formos capazes de transformar, operacionalizando passagem para momentos renovados, intensos de alegria. A Páscoa acontece na medida em que me liberto dos desertos quaresmais e passo para a outra margem onde os prados são verdejantes e as águas cristalinas e puras a jorrar do lado trespassado do Redentor, da pia batismal, ventre que nos faz nascer ininterruptamente até a ressurreição.
Metanoia, sim, conversão. A estrada que agora se abre no nosso horizonte leva-nos ao advento do homem novo, cheio de coragem para aceitar a verdade e repugnar comportamentos negativos, tão compatíveis com a tibieza de Pilatos.
Hoje, como há dois mil anos, o enjoo dos nossos políticos leva a uma subvalorização do sofrimento, da penitência, do reconhecimento das faltas, da vivência da Quaresma. Possivelmente, na Missa gostam mais do abraço da paz do que do ato penitencial. Isto como que se houvesse Páscoa sem Quaresma, ressurreição sem morte, túmulo vazio sem cruz. Talvez, quem sabe, por isso se tentem banir os crucifixos dos locais públicos, proibir os símbolos religiosos, amordaçar a sociedade. E tudo isto sob a ação de políticos e politiquices emancipadoras, mas que escravizam, manipulam, coletivizam e sindicalizam, unificando vozes num estado plural e democrático.
A Páscoa não ficará nos anais da história como uma reminiscência. Sairá à rua. O Som do sino e das sinetas entoará. Os giros continuarão a costurar a sociabilidade, crente e não crente, formando uma só família acolhedora da verdade e do bem, da luz resplandecente que não ficará escondida debaixo do alqueire, mas colocada no candelabro outrora erguido no lugar do Gólgota.
Uma transumância feliz para este rebanho vilacondense, que é Povo de Deus!

Pe. Paulo César Pereira Dias