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100 anos do Museu Nacional de Grão Vasco

5 Agosto 2016
100 anos do Museu Nacional de Grão Vasco
Opinião
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Vale a pensa passar este ano pela cidade de Viriato para visitar o seu museu que completa 100 anos de existência. O seu e nosso também porque, fundado em 16 de Março de 1916, foi integrado o ano passado na cadeia nacional dos museus do País, ao lado de lisboa, Porto e Coimbra. Ao longo de todo o ano, a cidade de Viseu vai oferecer um conjunto de eventos culturais, a fim de celebrar o acontecimento e, por isso, circula já o mote: “A festa do museu, festa de Viseu”.
Vasco Fernandes (Grão Vasco) residiu em Viseu desde os primeiros anos do século XVI. Segundo informação documental, duas datas avançam como prováveis, relativamente ao nascimento e morte: 1475-1549. Grão Vasco é considerado o maior mestre da época manuelina e o seu nome dá paternidade ao museu que guarda a obra famosa da pintura renascentista, a tábua de São Pedro. Esta pintura revela um carácter absolutamente generoso na arte do Renascimento. Uma monumentalidade de roupagem veste o apóstolo, sentado num trono, com rosto austero de Pontífice como convém a quem comanda e governa a santa madre Igreja. Pedro, de pedra, primeira figura do colégio apostólico, é recorrente através dos estilos como preferencial na arte figurativa. Portugal, em Viseu, guarda uma jóia dessa arte que se destaca pela abundância de panejamentos e pose típica dessa “testemunha” do cristianismo, S. Pedro.
“A festa do museu, festa de Viseu.” Os museus guardam a cultura e oferecem-na programada e identificada com o próprio homem e por tudo o que a ele diz respeito. Grão Vasco, o artista do Renascimento, proporciona na cidade de Viseu uma oportunidade para nos “reanimar” pelo interesse dos ideais da antiguidade Greco-Romana. Durante o ano de 2016, Viseu é, pois, uma ocasião a não perder. Cidade histórica também pelo seu caudilho, o chefe dos Lusitanos, Viriato, que entre os anos de 147-139 antes de Cristo conseguiu uma grande resistência contra o invasor romano e, assim, devolve-nos ao útero das origens a que pertencemos. Portugal nasceu em Guimarães (?), mas nasce e renasce sempre que nos confrontamos com os lugares onde temos chão.

Pe. Bártolo Pereira