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“Colesterol alto” – Prevenir é o melhor remédio

1 Julho 2016
“Colesterol alto” – Prevenir é o melhor remédio
Opinião
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Chegou o verão e com ele os Santos Populares, festas e arraiais por todo o país, nas noites de Santo António, São João e São Pedro, onde milhares de pessoas enchem as ruas para festejar, com bastante comida e bebida à mistura. Dá até água na boca, não é? O problema é que muitas pessoas acabam exagerando. Erros e exageros alimentares podem ajudar a aumentar o nível de colesterol no sangue.
Embora a alimentação e a ingestão de bebidas alcoólicas não sejam a única causa para o aumento dos níveis de colesterol, poderão agravar ainda mais.
O colesterol é uma gordura que circula no sangue, importante na composição das membranas celulares, na produção de vitaminas, hormonas esteróides e ácidos biliares. Tem duas origens: uma parte é produzida pelo fígado, e a outra é absorvida pelo organismo a partir dos alimentos que ingerimos. No sangue, o colesterol circula ligado a proteínas, formando partículas – sendo os dois principais transportadores, o HDL, conhecido como “bom” colesterol, e o LDL o “mau” colesterol. Este último (LDL), quando em excesso, pode ser responsável por doenças como Enfartes do miocárdio ou Angina de peito; Acidentes vasculares cerebrais (AVC); problemas em outros órgãos devido à dificuldade de circulação do sangue até aos tecidos (claudicação, insuficiência renal, etc).
De acordo com orientações, recomenda-se que o colesterol total não supere os 190mg/dl e o colesterol LDL (“mau” colesterol) mantenha-se abaixo dos 115mg/dl. No entanto, dependendo de outras doenças coexistentes (Diabetes por exemplo) e do risco cardiovascular, cabe ao seu médico indicar os valores de referência para cada caso.
Neste sentido, mudanças no estilo de vida são importantes para o controle dos níveis de colesterol. Para tal devemos adotar algumas recomendações:
1) Dieta variada, rica em legumes, leguminosas, verduras e frutas e pobre em gorduras;
2) Praticar exercício físico, 30 a 60 minutos, quatro a sete dias por semana (atividade física contribui para o aumento dos níveis de HDL e diminuição de LDL);
3) Perda de peso se tiver excesso de peso ou obesidade;
4) Evitar consumo de álcool (máximo 2 bebidas/dia no caso do homem e 1 bebida/dia no caso da mulher);
5) Diminuir o consumo de sal (valor ingerido inferior a 5,8 g/dia equivalente a mais ou menos 1 colher de chá cheia);
6) Não fumar (fumar aumenta os níveis de colesterol LDL e a sua acumulação nas artérias e diminui os níveis de colesterol de HDL).
No seu dia-a-dia opte por alimentos que “ajudem” a reduzir os níveis de colesterol:
Carnes e peixes: Dê preferência a peixes (exceto fritos) e a carnes de aves (frango e peru) sem pele. Evite carne de porco, carne de órgãos e carnes fritas; linguiça, salsicha, mortadela, salame, presunto e bacon.
Leite e derivados: Leite, queijo e iogurtes devem ser sempre desnatados/magros. O queijo cottage é o mais magro de todos os queijos.
Pão, cereais e Massas: Pão, arroz e massa integral; cereais de aveia; linhaça são os mais indicados. Deve evitar croissant, bolachas com alto teor de gordura, pão branco.
Frutas, vegetais e leguminosas: Ajudam a reduzir o colesterol LDL e devem ser a base da alimentação. Apesar da crença popular, não há evidências de que o alho tenha ação direta na redução do “mau” colesterol. Deve ser evitado fruta em calda e verduras gratinadas ou fritas.
Gorduras e Óleos: Opte por Azeite Extra Virgem e evite a manteiga, banha e gorduras trans e saturada.
Frutos secos: Nozes (4 a 5 nozes/dia), amêndoas, avelã, pistáchio e castanha.
Doces / Açúcar: O chocolate amargo é rico em flavonoides, substâncias que diminuem o LDL.
Ovos: Coma no máximo 2-4 gemas/semana, incluindo os alimentos que levem ovos.
Aconselhe-se com o seu médico de família, e perante o seu perfil lipídico poderá orientá-lo na mudança de estilo de vida e controlo de fatores de risco, medicando-o quando necessário.

Diana Pinto