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Marco Paulo e Nicolau Breyner

22 Abril 2016
Marco Paulo e Nicolau Breyner
Opinião
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Dois acontecimentos, de sentido oposto, ocorreram entre nós há pouco tempo e merecem este apontamento de homenagem. Um, notável e marcante no percurso da música ligeira portuguesa, Marco Paulo. Outro, sofrido porque nos deixou, impar no espetáculo da ficção televisiva, Nicolau Breyner.
Marco Paulo que nasceu em 1945 festejou as bodas de oiro da sua carreira como um artista de grande mérito. É um cantor que o povo adora e a quem ele reconhece gratidão profunda, porque foi o público, povo anónimo, “que me deu a fama”. É um romântico na arquitectura da sua composição musical. O Romantismo põe o coração a dar razões à Razão. A linguagem do Romantismo e o carácter que ele imprime ao nosso perfil espiritual, valoriza a liberdade criadora, sem amarras e embala o sonho que, como diz Fernando Pessoa, comanda a vida. Marco Paulo é um cantor que respira arte, convicção e muito talento. “Nada nos pertence mais do que o nome.” Acredito e vou ao nome do cantor buscar explicações. O nome não é uma designação arbitrária. Ele representa a realidade profunda da pessoa (Ana Belo – “A magia dos nomes”). Marco é nome histórico e com arte. Profetizam os astros a seu respeito, afirmando “ser um apaixonado pela lógica e pela ordem. Vive o amor sem arrebatamentos, mas com clareza e sinceridade”. Certíssimo.
Nicolau Breyner foi um excepcional artista do espetáculo televisivo. Foi muito completo nos domínios doutras artes, como o cinema e o teatro. Deixou o País quase órfão, tal era o talento e simpatia esfuziante que o dominava. No palco e fora dele era “o senhor contente”, isto é, contente, dono de si. Também o seu nome é cúmplice da sua personalidade. Nicolau “é mordaz e inquieto, mas igualmente ambicioso. Dado à família e à terra onde se realiza plenamente” (Idem, “A magia dos nomes”). A sua fisionomia humana é disso testemunha e o seu comportamento nos ecrãs nunca mentiu.
Marco Paulo e Nicolau, dois artistas que vivem connosco.

Pe. Bártolo Pereira