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Um rio Ave turístico e apelativo

9 Outubro 2015
Um rio Ave turístico e apelativo
Opinião
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Um rio que; Vem da Cabreira, desmaia na foz/ todo de encantos é o rio Ave,/ d’escritores e poetas é seu alfoz,/ cristalino e sereno, é todo saudade.
Dedico este verso ao nosso rio Ave, que a pena de Marta de Mesquita da Câmara assim descrevia com altivez em 15-08-1939, “Só quem não conhece Vila do Conde é que compreenderia o encanto com que o Ave, ladeado por margens viçosas e encantadoras, vem da Cabreira lançar-se ao mar, adormecer aos pés de uma das mais fidalgas praias de Portugal”.
Tenho saudades, como já há tempos escrevi, de olhar o rio e ver por todo o seu estuário, os barbos, as solhas, as tainhas, as enguias, enfim, um Ave com vida a que não éramos indiferentes às suas margens bem cuidadas, e, onde como que encantados, parávamos a ouvir os pintassilgos, os melros, os verdilhões, os piscos e aquele chilrear das andorinhas, que em voos rasantes, deslumbravam quem apreciava o nosso deleitoso rio Ave.
O rio, não deve ser um inimigo a considerar, mas sim um bem a preservar, e, neste caso, o nosso Ave é de lamentar que, desde a foz, até ao lugar de Azevedo, na freguesia de Fornelo, que dista da sede do concelho cerca de 15 Km, as suas margens estejam tão conspurcadas, como mal tratadas, seja pela ação do homem, mas também pela inoperância de entidades responsáveis.
Porque não, volto a insistir com os nossos governantes, agendar, estudar profundamente e projetar para um futuro próximo a construção duma via marginal, (pedonal e ciclovia), até ao limite do concelho (Fornelo), criando no seu percurso, além de praias fluviais, zonas de convívio, bem estar e lazer, diversos equipamentos náuticos, etc, o que daria ao nosso rio Ave a vida que ele precisa, assim como ajudaria ao desenvolvimento turístico das freguesias a ele adjacentes?!…
E não me digam ou chamem de sonhador, porque afinal da nossa progressiva freguesia de Labruge, até à nossa risonha Azurara, existe já quase na totalidade do seu percurso um passadiço, e sempre junto à nossa costa, que serve nos momentos de lazer para salutares caminhadas e de desenvolvimento às freguesias por onde passa.
São para além de reparos e lamentos, também sugestões para memória futura dos filhos desta terra, para que se lembrem que o embelezamento e as melhorias pensadas para os vindouros não são só para gastar dinheiro por gastar, mas sim, ao transformá-la, eleva-se uma terra onde dá gosto viver e assim ao vê-la referenciada como recomendada por esse mundo fora, será apelativa a ser visitada e quem sabe para aqui poder viver.
Estas minhas simples e modestas ideias, creio que enquadram e complementam num vasto projeto turístico a ser implementado no nosso concelho, para alavancagem da nossa economia e atração turística.
Fiquemos por aqui, com as lamúrias que o nosso rio Ave transborda para os bons e interessados vilacondenses, lembrando que “quem a boa árvore se encosta, boa sombra o cobre”.
Bom passeio por esse rio Ave acima. 

Artur Bonfim