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As Associações Humanitárias de Bombeiros Voluntários

22 Outubro 2015
As Associações Humanitárias de Bombeiros Voluntários
Opinião
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Recentemente li um artigo escrito por um dirigente dos bombeiros, em que abordava dados relativos às entidades dos corpos de bombeiros. Não pretendendo reproduzir a totalidade dos dados inseridos, vou servir-me de alguns para retratar a realidade destas organizações.
Em 2013, os serviços prestados pelos corpos de bombeiros, aumentaram quase 6%, correspondendo a 1,2 milhões de serviços. A grande fatia destes serviços destinou-se a assistência pré-hospitalar, incluindo o transporte de doentes não urgentes.
No triénio 2011-2013, o gasto médio das entidades detentoras dos corpos de bombeiros fixou-se em 318 milhões de euros. Desse total de gastos, quase 63% foram gastos com pessoal, seguido dos fornecimentos e serviços de terceiros, como os combustíveis, com quase 32%. Contudo, o investimento regista uma expressão reduzida, comparado com as restantes varáveis.
No mesmo período, os rendimentos destas entidades foram de quase 300 milhões de euros, sendo 46% oriundos de subsídios e 42% da prestação de serviços.
A publicação destes dados, pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), poderá ter várias leituras e interpretações. Numa leitura imparcial, salta o facto de as Associações Humanitárias de Bombeiros Voluntários, apesar do aumento do serviço em geral (o que contraria algumas afirmações dos dirigentes) gastarem, em média, mais de 60% dos seus orçamentos com os seus profissionais, o que me leva a concluir que, apesar do aumento da transferência de verbas pela tutela, urge repensar este modelo de prestação do socorro pelas Associações Humanitárias de Bombeiros e o seu financiamento, que cada vez são menos “voluntários”.
Fiquem bem e em segurança.

Rui Moreira da Silva