Mais de 217 mil pessoas já recorreram ao SNS24 para pedir baixas de curta duração desde que o sistema entrou em funcionamento, em maio passado, anunciou o coordenador dos Serviços Partilhados do Ministério da Saúde (SPMS).
A autodeclaração da doença, em vigor desde 1 de maio, pode ser requerida por qualquer trabalhador na área pessoal do Portal do SNS24, na App SNS24 ou na Linha SNS24 (808 24 24 24) e permite justificar a ausência ao trabalho nos primeiros três dias de doença, não havendo lugar ao pagamento de retribuição por parte da entidade patronal.
O coordenador dos Serviços Partilhados do Ministério da Saúde (SPMS) – Unidade do SNS24, João Oliveira, destacou que a emissão de mais de 217.000 autodeclarações de doença gerou “uma poupança para o sistema”, porque antes estas baixas só podiam ser requisitadas nos cuidados de saúde primários.
“Uma das apostas que fizemos na disponibilização das autodeclarações de doença foi apostar nos canais digitais e os dados vêm comprovar que foi uma aposta certa, porque 99% das autodeclarações de doença foram emitidas tanto pela aplicação como pelo portal”, disse, notando que só 1% das baixas foram emitidas pela Linha SNS24, que serve como um complemento a quem não tem acesso ao digital.
João Oliveira também destacou os resultados de um projeto-piloto iniciado este ano nos concelhos vizinhos da Póvoa de Varzim e de Vila do Conde que visa sensibilizar os utentes para a utilização correta dos serviços de saúde, contactando primeiro a Linha SNS24 para terem um encaminhamento mais adequado.
O coordenador salientou que este projeto é “uma mais-valia muito significativa para os utentes” porque depois da triagem, caso seja necessário, a linha marca a consulta nos cuidados de saúde primários no próprio dia ou no dia seguinte.
“Estamos muito satisfeitos com o resultado porque já conseguimos agendar mais de 1.600 consultas nos cuidados de saúde primários, através da linha SNS24, o que ronda uma média de 70 consultas por dia”, disse, realçando que os utentes se sentem “muito satisfeitos” porque evitam uma deslocação desnecessária ao centro de saúde.
“Foi um trabalho de alguns meses de preparação junto do centro de saúde e do Centro Hospitalar da Póvoa de Varzim e de Vila do Conde, juntamente com a Direção Executiva do SNS, que nos permitiu testar um conceito que até agora tem sido ganhador e que a seu tempo será estudado e será alargado a outras partes do país”, salientou.
Entre os vários serviços do SNS24, o coordenador destacou também a disponibilização, desde 2022, dos resultados dos exames que são prescritos nos cuidados de saúde primários e que são realizados pelos utentes nas entidades convencionadas que já aderiram ao projeto “Exames Sem Papel”.
Segundo o responsável, mais de 86 milhões de resultados já foram comunicados centralmente, o que considerou ser “uma ótima notícia”, porque indica que cada vez mais as entidades estão a aderir a este projeto que possibilita ao utente ter os seus resultados na aplicação do SNS 24.
Há outra medida que ainda está em fase de teste na linha de aconselhamento psicológico e que João Oliveira considerou ser “muito importante para os picos de procura” e que passa por, quando todos os operadores estão ocupados, dar a possibilidade de o utente poder ser contactado passados alguns minutos.
“Isso permite-nos gerir as expectativas junto do utente e não termos uma sobrecarga na linha e retomarmos a chamada assim que possível”, disse, salientando que o serviço está em fase de testes, “mas os resultados preliminares são muito satisfatórios, e que a seu tempo e em contexto poderá ser alargado a toda linha”.