A Lactogal estabeleceu a meta de reduzir em 60 milhões de litros o leite recolhido aos produtores. As cooperativas que a compõem a Lactogal (Agros, Lacticoop e Proleite/Mimosa) estão a indemnizar quem queira deixar de produzir leite.
A APROLEP, Associação dos Produtores de Leite de Portugal, critica a redução em um cêntimo por litro de leite e apela a todas os produtores, cooperativas e organizações agrícolas para uma reflexão para o futuro do setor.
Segundo a APROLEP, os produtores de leite que fornecem as cooperativas associadas na Lactogal “foram surpreendidos com o anúncio da baixa a partir de 1 de agosto. Sem aviso e sem justificação anunciada, esta descida acontece mais uma vez em contraciclo com o mercado europeu onde se anuncia uma recuperação do preço, depois de dez anos com o preço médio português quase sempre abaixo do preço médio da Europa e depois de passarmos vários meses de 2017 com o pior preço entre os 28 países da Europa”.
A descida ocorre poucos dias após o anúncio de um resgate de contratos “em que as várias cooperativas oferecem uma compensação aos produtores que aceitem reduzir ou abandonar a produção. O objetivo é reduzir a recolha anual em 60 milhões de litros de leite para alegadamente garantir a valorização máxima do preço do leite. Parece que serão os produtores resistentes a pagar esse resgate com a desvalorização imediata do preço”.
“Um cêntimo por litro pode parecer insignificante mas representa um ordenado mínimo numa empresa familiar de dimensão média com cerca de 50 vacas em produção. Além disso, sendo a Lactogal a maior indústria, o preço que paga costuma ser a referência para os outros compradores, pelo que esta descida pode prejudicar também produtores de outras empresas”, alerta a APROLEP.
A Associação dos Produtores de Leite de Portugal diz que mais de 100 explorações leiteiras aceitaram e a meta foi atingida. O objetivo era evitar descidas do preço, mas, esta semana, a gigante dos laticínios passou a pagar menos um cêntimo por litro aos produtores.