O Meu Primeiro FITEI, festival dedicado à infância e juventude, assinala entre 31 de outubro e 4 de novembro, no Porto e em Matosinhos, cinco anos de existência, com sete espetáculos, quatro nacionais e três internacionais, em quatro salas diferentes.
O diretor artístico, Gonçalo Amorim, disse que é um festival dedicado ao público mais jovem, mas também “a todos aqueles que normalmente não vão ao teatro”, tentando derrubar fronteiras para que a acessibilidade seja uma realidade nas atividades culturais.
O dia central do programa acontece a 3 de novembro, domingo, em que vai “ocupar vários espaços do Coliseu [do Porto], nomeadamente, com uma exposição de Tiago Albuquerque, ‘designer’ gráfico e ilustrador, que tem acompanhado a imagem gráfica de O Meu Primeiro FITEI, nestas 5 edições”, referiu Gonçalo Amorim.
“Vamos ter também quatro espetáculos, em diversas salas do Coliseu [do Porto], e ‘A Minha Primeira Discoteca’, repetindo o sucesso da edição do ano passado, com o DJ Kitten, mas O Meu Primeiro FITEI começa uns dias antes, com espetáculos para escolas”, disse Gonçalo Amorim.
Um dos destaques deste ano é também o final do projeto em rede Connect-Up!, com 19 instituições de 10 países, “direcionado para públicos difíceis de alcançar, maiores de 12 anos, na adolescência, mas também público que tenha problemas de acessibilidade, quer sejam físicas ou sociais”, salientou o diretor artístico do Festival Internacional de Teatro de Expressão Ibérica (FITEI).
Gonçalo Amorim acrescentou: “vamos receber à volta de 50 pessoas de diversas instituições para acompanharem o festival e para estarem connosco neste ‘showcase’ final, chamemos-lhe assim, do projeto. Nesse sentido, vamos receber três das produções que foram feitas no âmbito deste projeto”.
O festival arranca a 31 de outubro e 1 de novembro no Teatro Municipal de Matosinhos Constantino Nery, com a peça “Sophia”, de Ana Bento/Gira Sol Azul, que revisita a obra e universo de Sophia de Mello Breyner Andresen, “onde a liberdade da poesia e do mar se cruzam para fazer emergir a utopia das cidades, da folha em branco, sinónima de construção de um mundo novo”.
Este é um projeto musical de Ana Bento e Bruno Pinto entrecruzado com as visões e versões cénicas de Joana Craveiro.
Nos mesmos dias, chega ao Teatro de Belomonte, a peça “Orfeu e Eurídice”, no qual Roberto Merino pretende construir um espetáculo de marionetas que siga o percurso do jovem herói, filho de Apolo (em algumas versões), o seu casamento com Eurídice, a morte desta e o intento do seu resgate do reino do Hades por parte de Orfeu.
Em ambos os espetáculos, as sessões de 31 de outubro estão reservadas para as escolas e as de 1 de novembro destinam-se às famílias.
Integrado no projeto Connect-Up!, a peça “Benfazeja” parte do conto homónimo de João Guimarães Rosa e fala da história de Mula-Marmela e Retrupé, “dois quase excomungados que agora vagueiam nas periferias da cidade sob o silêncio acusador dos seus habitantes blindados”.
Este é um projeto do Teatro O Bando e da encenadora Suzana Branco, que será apresentado a 2 e 3 de novembro no Palácio do Bolhão.
No Coliseu do Porto, a 3 e 4 de novembro, serão apresentadas quatro peças: duas internacionais, “Firewall”, de Derby Theatre e de Philippine Educational Theater Association, e “PĀ KA MAKANI”, de Lokomaika’i Lipscomb e Annie Cusick Wood, uma colaboração entre uma companhia havaiana e uma companhia italiana, integrados no Connect-Up!, e duas nacionais, “O Duelo” e “NINHO”.
“NINHO”, um espetáculo para crianças dos 3 meses aos 3 anos, parte do conto original “O Ninho do Urso Gaspar”, de Inês Montalvão, e faz parte de uma parceria do Coliseu do Porto com a dupla Som do Algodão, de Dulce Moreira e Mariana Santos, que sobe ao palco a 3 de novembro.
Nas mesmas datas, o Teatro do Bolhão e Joana Providência apresentam “O Duelo”, que vai ter a sua estreia nacional no Porto, numa adaptação do livro com o mesmo título de Inês Viegas Oliveira, bem como das obras “A Manta” e “Daqui Ninguém Passa”, de Isabel Minhós Martins.