O Rio Ave alcançou hoje a segunda vitória na I Liga Portuguesa de Futebol, ao vencer na receção ao Arouca por 1-0, em jogo da quarta jornada da prova.
Um golo de Clayton, aos 43 minutos, na conversão de uma grande penalidade, bastou para os vila-condenses somarem os três pontos, alcançando ainda o segundo triunfo em casa, contra outras tantas derrotas fora, perante um Arouca que voltou às derrotas, depois de ter triunfado na ronda anterior na receção ao Nacional.
“O segredo tem a ver muito com aquilo que temos conseguido fazer em pouco tempo. Estamos a construir relações uns com os outros e a procurar passar uma mensagem de que temos que dar tudo. Esse é o primeiro ponto do segredo, porque sem isso não íamos conseguir duas vitórias [nas quatro primeiras jornadas]. Depois, estamos a tentar ao máximo desenvolver uma ideia de jogo.
Não fomos perigosos na primeira meia hora e era preciso mais paciência em certos momentos com bola. O Arouca estava muito fechado, baixou a linha de cinco [defesas] e pressionava com os três jogadores da frente, enquanto nós tínhamos que levar a bola de um lado ao outro para encontrar espaços e acelerar. Só perto da meia hora é que a equipa começou a soltar-se um pouco. O lance do 1-0 acaba por premiar uma boa reação à perda da bola do João Novais e a desmarcação do Clayton.
Na segunda parte, pedimos aos jogadores máxima capacidade para estarem juntos a defender e eles ajudaram-se mutuamente quando a partida estava difícil. O Arouca pressionou e podia ter feito um golo, mas nós também podíamos ter marcado o segundo golo e todos se esforçaram muito. Tivemos seis jogadores no ‘onze’ titular, que se conhecem há 40 dias, e os suplentes entraram cheios de vontade de ajudar. Agora, é preciso tempo e tranquilidade para trabalhar.
A equipa ainda precisa de estabilidade, mas defendeu bem o resultado. Há que dar mérito, porque é difícil em tão pouco tempo criarmos aqui uma união como aquela que foi vista. Muitos jogadores que foram recrutados [na janela de transferências de verão] têm qualidade acima da média, mas já houve equipas boas no Rio Ave que não conseguiram grandes resultados. Temos de fazer as coisas bem e de ter grandes homens por detrás dos jogadores e é isso que vamos à procura.
[Gestão entre Clayton e o recém-contratado Ahmed Hassan no ataque.] Precisamos da capacidade deles. O Hassan vai-nos acrescentar qualidade a nível de jogo interior e de apoios frontais. É um jogador finalizador e mexe-se muito bem entre linhas. Pode combinar com o Clayton ou jogar só um deles, mas os dois vão jogar muito tempo e ajudar a equipa. Tenho a certeza de que o Hassan vai querer mostrar outra vez aos rioavistas que tem muita qualidade. O Clayton só tem de continuar a fazer o trabalho dele, que está a ser muito bom”, disse Luís Freire, treinador do Rio Ave.
“O resultado não reflete em nada o jogo. Fizemos uma boa exibição. Quando pressionámos, fizemo-lo bem e recuperámos a bola em zonas altas para provocar dano [no adversário], mas não concretizámos. Sinto que nunca sofremos quando tivemos a bola e estávamos com o controlo de uma partida que foi praticamente sempre aquilo que queríamos que fosse. Obviamente, há frustração, porque sentimos que deveríamos ter vencido a jogar assim.
[Lance da grande penalidade.] Sinto o mesmo que 99,9% de Portugal e daqueles que viram o jogo. O árbitro e o videoárbitro (VAR) decidiram que era penálti, mas claramente não é. O que passou, passou. Os jogadores ficaram frustrados, mas estou orgulhoso de que, no início da segunda parte, se tenham esquecido desse lance, que afeta e nos fez sentir atacados.
Jogámos com tranquilidade e o jogo desenrolou-se da mesma maneira em relação à primeira parte. Mostrámos uma equipa organizada, que sabia como queria pressionar e progredir com bola. Criámos ocasiões suficientes [para empatar], mas, nos últimos cinco ou 10 minutos, quando tivemos de forçar mais, eles tiveram uma oportunidade. Se me esquecer do resultado, fico contente pelo jogo da equipa, porque creio que fizemos tudo aquilo que queríamos fazer”, disse Gonzalo García, treinador do Arouca.
Com esta vitória, o Rio Ave passou a ocupar o nono lugar da tabela classificativa, com seis pontos, enquanto os arouquenses estão no 14.º lugar, com três pontos.