O futebolista Ukra, que na sexta-feira colocou um ponto final numa carreira com 17 temporadas como profissional, confessou que a sua despedida dos relvados, no jogo entre Rio Ave e Benfica, foi inesquecível e melhor do que imaginou.
“Parece que os astros se alinharam para ser um momento inesquecível. O meu número é o 17, o último jogo foi no dia 17 [de maio], saí ao minuto 17, depois de 17 épocas como profissional. Foi uma festa alegre e feliz, como eu. Foi muito melhor do que imaginei”, confessou o agora ex-jogador.
André Filipe Alves Monteiro, mais conhecido no mundo do futebol como Ukra, decidiu ‘pendurar as chuteiras’ aos 36 anos, ao serviço do Rio Ave, clube da I Liga, onde esteve nas últimas três temporadas, numa decisão que assumiu ser “bem ponderada”.
“Acho que se quisesse continuar, e talvez o conseguisse, teria que baixar um patamar. Mas preferi dar aquilo que ainda podia ao Rio Ave e acabo com muito orgulho pela carreira que fiz e por todos os clubes que passei”, partilhou.
Ukra confessou que se foi preparando para este momento da despedida há algum tempo, mas que ainda não absorveu, na totalidade, que o fim da carreira no futebol aconteceu.
“O normal seria agora entrar de férias. Por isso, acho que só vou sentir que acabou é quando começar a pré-época e os treinos, ver toda a gente a regressar aos estádios, e eu a fazer uma coisa diferente”, vaticinou.
O ex-avançado desabafou que os últimos dias têm sido vividos “com mais sorrisos do que com lágrimas” e, passado quase uma semana de ter feito o último jogo da carreira, ainda continua a responder às muitas mensagens que lhe foram enviadas.
“Tinha noção do carinho e do respeito que as pessoas têm por mim, no âmbito profissional e pessoal. Mas as quantidades de mensagens de felicitações surpreenderam-me. Aproveito para deixar uma palavra de agradecimento ao Benfica, que é um clube que não fez parte do meu passado, mas que se associou à minha despedida em campo com um gesto muito bonito”, disse.
Na sua carreira como profissional, foi no Rio Ave que Ukra passou a maior parte do tempo, num total de sete temporadas, e, por isso, também deixou uma menção especial ao emblema vila-condense.
“O meu clube será, para sempre, o Rio Ave. Foi aqui que fiz as minhas melhores épocas enquanto profissional, que consegui ser internacional A, e que construí a minha família de sangue. Por isso, apesar de todo carinho pelos outros clubes, digo que foi Vila do Conde e o Rio Ave que me deram tudo”, vincou Ukra.
Satisfeito por agora passar mais tempo com a família, a quem atribuiu a maior razão para o seu “equilíbrio profissional e alegria pessoal”, o ex-jogador já está a planear os seus próximos passos.
“Quero continuar ligado ao futebol, próximo dos adeptos, porque merecem o meu carinho. Se for possível, queria também estar com os mais jovens, pois sinto que deixei uma imagem de dedicação, profissionalismo e companheirismo. Era importante transmitir esses valores”, afirmou.
Além disso, e fazendo uso da sua veia criativa, nomeadamente nas redes sociais, Ukra já se está a envolver em projetos na área do marketing e publicidade.
“Trabalho com uma agência criativa que está a tomar conta desse meu novo futuro, o que me deixa confortável e confiante. Gosto da publicidade, marketing e comunicação. Pelos vistos parece que tenho jeito”, concluiu, sorridente, Ukra.