O Rio Ave venceu este domingo por 2-0 na receção ao Desportivo de Chaves, em jogo da primeira jornada da I Liga Portuguesa de Futebol, disputado em Vila do Conde.
Leonardo Ruiz, aos 64 minutos, de grande penalidade, e Zé Manuel, aos 90+8, marcaram os golos da partida, sendo que os transmontanos jogaram com menos um elemento desde os 14 minutos, depois de Bruno Langa ver dois cartões amarelos em poucos segundos.
“Vínhamos com um plano inicial de assumir o jogo, sabendo que o Desportivo de Chaves nos pressionaria e que é corajoso. Os primeiros 15 minutos foram nivelados e com um futebol encaixado de parte a parte, mas ter passado a jogar com mais um [jogador] deu-nos vantagem no plano teórico. Conseguimos chegar à baliza e criar oportunidades de golo na primeira parte, mas faltava-nos mais objetividade.
Ao intervalo, fiz alterações para dar maior projeção ofensiva à nossa equipa e penso que resultaram. Fomos sempre muito incisivos e completamente dominadores nessa segunda parte, com nove ou 10 oportunidades, bolas nos ‘ferros’ e ótima definição no último terço.
Fizemos os golos com tremendo mérito. Tinha alertado os jogadores que devíamos estar focados no contra-ataque do adversário, com vigilância e à procura do golo. Fomos uma equipa muito trabalhadora, abnegada, controlada emocionalmente e nunca perdemos a paciência ou entrámos naquele ‘chutão’ de qualquer maneira para a frente. Tudo isso foi desgastando o Desportivo de Chaves e o segundo golo conferiu justiça ao marcador. Foi uma vitória justa e uma boa prestação. Merecemos a vantagem e estamos de parabéns.
Temos de estar sempre a melhorar a nossa forma de jogar. Quem vir o jogo atentamente, vê que estamos com novas variantes, sobretudo defensivas, e estamos a sair de maneira diferente em contra-ataque. Temos a vantagem do trabalho que está para trás, mas essa desvantagem de já termos perdido alguns jogadores. Estamos a fazer o nosso trabalho e vê-se mérito total da estrutura, da direção, que nos dá estabilidade para trabalhar, e dos atletas, que são os intervenientes máximos, suam pela camisola e merecem os aplausos. Os adeptos estão conscientes das dificuldades para este ano, mas vamos ter uma equipa competitiva. Não iremos ganhar sempre, mas a nossa obrigação é dar tudo em campo”, disse Luís Freire, treinador do Rio Ave.
“Tentámos com toda a nossa força e energia fazer jus ao nosso lema e à valentia transmontana. Começámos o jogo com esse apelo de não virarmos a cara à adversidade. Além disso, houve vento, que, quando está forte, prejudica o espetáculo em Vila do Conde, e a expulsão do Bruno Langa, que levou um [cartão] amarelo numa jogada em que cortou a bola. Foi uma série de circunstâncias.
Antes de a I Liga começar, tivemos um encontro extraordinário com os árbitros. Acho que o devemos repetir. Seguramente, há coisas a afinar e os profissionais têm de ajudar para que todos os intervenientes cresçam e melhorem o seu rendimento. Da nossa parte, eu considero que nos batemos e ameaçámos a baliza do Rio Ave. Valeu pela atitude e pelo facto de nunca desistirmos daquilo que, muitas vezes, foi mais uma luta do que um jogo.
[Necessidade de reforços] Estamos a trabalhar desde o primeiro minuto em conjunto com a direção, que tudo tem feito para trazer [jogadores], mas há que perceber que estamos sujeitos às regras do mercado e não é apenas no Desportivo de Chaves que se vê isso.
Temos de procurar corrigir esse problema o mais rápido possível, mas está aos olhos de todos que vamos ser reforçados. Este plantel não está fechado e apelo aos adeptos que tenham um pouco de paciência e façam o juízo de valor depois de o trabalho estar feito. Pela forma extraordinária como a cidade e o clube têm recebido esta equipa técnica e os novos jogadores, tenho a certeza de que o bom ambiente diário resultará num ano bom.
Temos de estar focados naquilo que controlámos. Essa é a nossa obrigação e, muitas vezes, a nossa limitação. Estamos a começar um campeonato longo, pelo que esta equipa de arbitragem e de videoarbitragem [VAR] aparecerão mais vezes. Temos de tentar ajudar a melhorá-los e todos temos de crescer para que Portugal tenha um campeonato ainda melhor. Só havendo uma relação mais próxima entre quem arbitra e quem treina é que podemos melhorar o produto final que apresentamos a cada ronda”, disse José Gomes, treinador do Desportivo de Chaves.
A formação de Vila do Conde, que não entrava a vencer num campeonato desde 2017/18, junta-se a Gil Vicente, Casa Pia, Sporting e Famalicão, todos com três pontos somados nesta primeira ronda da competição.