Última hora

Principal suspeito de organização envolvendo burla ao Estado fica em prisão preventiva

7 Julho 2023
Principal suspeito de organização envolvendo burla ao Estado fica em prisão preventiva
Local
0

O principal suspeito de uma organização criminosa desmantelada pelas autoridades na passada quarta feira ficou em prisão preventiva por decisão judicial, ficando os dois outros detidos em liberdade, mas sujeitos a medidas de coação, informou fonte da investigação.
Na quarta feira passada, o Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) informou que o Ministério Público (MP) e a Autoridade Tributária e Aduaneira (ATA) desmantelaram uma organização criminosa dedicada a fraudes fiscais, à Segurança Social e a particulares, envolvendo elevadas quantias, e executaram quatro mandados de detenção, que se confirma terem resultado em três detenções até agora.
Uma nova nota publicada na página do Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) refere-se que os três arguidos, com idades entre os 56 e os 59 anos, foram ouvidos em primeiro interrogatório judicial, tendo o principal suspeito ficado em prisão preventiva e proibido de contactos com os restantes ou alguém ligado ao esquema.
Uma segunda arguida ficou sujeita às medidas de coação de proibição de contactos, proibição de se ausentar do país e apresentações semanais, enquanto o terceiro arguido ficou proibido de contactos e de se ausentar do país.
Uma informação publicada na quarta feira na página da Procuradoria-Geral da República (PGR) era explicado que, no âmbito de uma investigação dirigida pelo Ministério Público (MP) do Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP), decorreram três dezenas de buscas domiciliárias, a escritórios de advogados, a instalações de sociedades comerciais e a viaturas.
Além dos quatro mandados de detenção foram apreendidos 25 automóveis e um imóvel.
As investigações resultam de 16 inquéritos, afirmava o Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP), explicando que “ao longo de vários anos, o principal suspeito, empresário na área dos transportes nacionais e internacionais, com a colaboração de pessoas da sua confiança e de familiares, procedeu nas sociedades que geria ao registo contabilístico de operações não realizadas, que foram suportadas por documentos forjados”.
“Nessa sua atividade nunca liquidou contribuições tributárias ou à Segurança Social e levou a que algumas das sociedades fossem declaradas insolventes, desse modo prejudicando gravemente o Estado e os credores”, acrescenta.
De acordo com o Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP), a partir de determinada altura, o principal suspeito passou a usar pessoas da sua confiança para assumirem a posição de gerentes das sociedades, como ‘testas de ferro’, sendo que era ele quem, na verdade, as geria.
“O suspeito ficcionava uma multiplicidade de transações entre essas sociedades e entre essas sociedades e empresas nacionais e espanholas e, através de contas bancárias abertas em nome dos ‘testas de ferro’, fazia circular elevadas quantias monetárias, de vários milhões de euros em poucos meses, a coberto de faturação fictícia”, acrescenta a nota.
O Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) refere que em causa estão, entre outros factos, atuações organizadas com o objetivo de obter benefícios ilegítimos, através do não pagamento de impostos por ocultação e por alteração de valores ou de outros aspetos inerentes a negócios com reflexo na determinação das prestações tributárias.
Em investigação estão ainda movimentações bancárias que poderão ter por objetivo dissipar quantias ilicitamente angariadas.
Os factos, adianta, são suscetíveis de constituir numerosos crimes de burla qualificada, falsificação, branqueamento de capitais, insolvência dolosa, associação criminosa, fraude fiscal qualificada, abuso de confiança fiscal, abuso de confiança à segurança social, burla tributária, fraude à segurança social, auxílio à emigração ilegal, burla informática qualificada e acesso ilegítimo.
As diligências decorreram no Porto, Póvoa de Varzim e Vila Nova de Gaia e contaram com a participação de três magistrados do Ministério Público (MP) do Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP), de um juiz do Tribunal Central de Instrução Criminal (TCIC) e de elementos e equipas de investigação da Polícia de Segurança Pública (PSP), da Instituto da Segurança Social (ISS) e da Autoridade Tributária e Aduaneira (ATA).