A Polícia Judiciária (PJ) deteve um homem, de 50 anos de idade, suspeito de ter tentado matar com uma faca o companheiro da ex-mulher, que foi hospitalizado em estado grave, anunciou hoje aquela força.
Em comunicado, a Polícia Judiciária (PJ) refere que os factos ocorreram no domingo, pelas 22:30, em Vila do Conde, e que “estão associados a um contexto de violência doméstica”.
De acordo com a Polícia Judiciária (PJ), entre o suspeito e a ex-mulher “existia um relacionamento pautado por desavenças inerentes ao fim do relacionamento, já tendo [a mulher] apresentado queixa por violência doméstica contra [o ex-marido]”.
No dia da ocorrência que motivou a detenção, de acordo com a Polícia Judiciária (PJ), o suspeito dirigiu-se a casa da ex-mulher para entregar o filho menor, que têm em comum, “quando se desentendeu com o atual companheiro desta”.
“Na sequência da altercação que se gerou entre ambos, o autor desferiu quatro facadas na vítima que foi hospitalizada em estado grave”, descreve a Polícia Judiciária (PJ).
Detido por alegado crime de homicídio qualificado na forma tentada, o suspeito foi já presente à autoridade judiciária, tendo-lhe sido aplicada a medida de coação de obrigação de permanência na habitação com pulseira eletrónica.
Em 2022, as queixas por violência doméstica registaram o valor mais elevado dos últimos quatro anos, com as polícias a contabilizarem 30.389 ocorrências.
O portal, que publica trimestralmente estatísticas relativas aos crimes e homicídios voluntários em contexto de violência doméstica, indica também que estavam detidos por este crime 1.275 pessoas, 293 das quais em prisão preventiva e 983 em prisão efetiva, registando também um aumento do número de detidos face ao mesmo período de 2022 (mais 116).
De acordo com os dados, 1.139 arguidos estavam, entre janeiro e março, a cumprir medidas de coação no âmbito do crime de violência doméstica, 894 dos quais em vigilância eletrónica, um aumento de 180 face a igual período de 2022.
Um total de 2.387 pessoas estavam, no final de março, integradas em programas para agressores, 108 dos quais em meio prisional e 2.279 na comunidade.
Segundo a CIG, no primeiro trimestre do ano foram transportadas 313 vítimas e foram aplicadas 4.747 medidas de proteção por teleassistência no âmbito do crime de violência doméstica.
Os dados indicam ainda que 804 mulheres, 693 crianças e 15 homens, num total de 1.512, foram acolhidos na Rede Nacional de Apoio às Vítimas de Violência Doméstica.