No Dia Mundial da Dança, que hoje se assinala, a coreógrafa chinesa Yang Liping apela a bailarinos e criadores para que escutem “com mais atenção as alegrias e as tristezas do mundo”, lê-se na mensagem internacional.
Este ano, a mensagem sobre o Dia Mundial da Dança é assinada pela artista chinesa Yang Liping, que sublinha a importância desta prática artística como forma de comunicar com o mundo.
Aliás, “a linguagem corporal é a forma de comunicação mais instintiva da Humanidade”, escreveu a coreógrafa.
A efeméride é assinalada todos os anos com dezenas de atividades e espetáculos, desde que foi lançada em 1982, coincidindo com o aniversário de Jean-Georges Noverre (1727-1810), considerado o fundador do ballet moderno.
A REDE – Associação para a Dança Contemporânea realçou, em comunicado, que dançam “todos os dias, para lá do dia 29 de abril”.
A associação, fundada há quase 20 anos e que reúne 44 estruturas nacionais, deixa um lamento, em balanço dos 20 anos de existência: “Vimos estruturas profissionais que se deterioraram, desapareceram, ficaram desamparadas. Vimos colegas que desistiram. Por outro lado, novas estruturas e novos movimentos e práticas de dança foram surgindo neste arco de tempo. Por todo o território nacional em conjunto numa rede de atenção e afetos, de interajuda, apesar das diversas carências de meios, fomos disseminando e estabelecendo diálogo com comunidades e público, através da criação, apresentação e da formação. Porém, continua a ser urgente olhar para este lugar como um lugar ainda intermitente e fragilizado”.
“A dança contemporânea portuguesa está viva, porém necessitamos que todos se mobilizem para a sua existência ser cada vez mais respeitada e aclamada como uma necessidade para o desenvolvimento e libertação do ser humano num universo de consumismo”, acrescentaram.
No âmbito do Dia Mundial da Dança, hoje há destaque para o Festival DDD – Dias da Dança, que tem estado a decorrer nas duas últimas semanas entre Porto, Vila Nova de Gaia e Matosinhos.
Hoje, no Teatro Campo Alegre, no Porto, estreia-se a coreografia “The Pretty Things” pela companhia de dança canadiana Catherine Gaudet. Em palco, cinco bailarinos dançam com “gestos mecânicos incessantemente repetidos”, com música de Antoine Berthiaume.
Ainda no Festival DDD, em Gaia, nos Varais da Afurada, Isabel Barros e Carlos Guedes apresentam “Pondo rezas nos lábios”, um projeto “de ‘spoken word’, de música e de gesto”.
Em Lisboa, a Companhia Nacional de Bailado estreia “Noite Stravinski”, na qual é homenageado “o compositor que tanto contribuiu para o desenvolvimento da música do século XX, bem como para a dança”.
O programa de “Noite Stravinski” reúne a coreografia “A Sagração da Primavera”, de Vaslav Nijinski, e as obras “As Bodas” e “Intermezzo” de Mauro Bigonzetti.
Em Almada, no âmbito da 3.ª Mostra Internacional de Artes Performativas – Transborda, é apresentado o espetáculo “Ai, Ai, Ai”, do coreógrafo brasileiro Marcelo Evelin, no Fórum Municipal Romeu Correia.
Ao centro, no Teatro Académico Gil Vicente, em Coimbra, Hugo Calhim Cristóvão & Joana von Mayer Trindade vão ter o espetáculo “Onde está o relâmpago que vos lamberá as vossas labaredas?”.
A obra “A hora em que não sabíamos nada uns dos outros”, do dramaturgo alemão Peter Handke, com direção da coreógrafa Olga Roriz, estará hoje no Cineteatro Louletano, em Loulé, enquanto Torres Vedras acolhe “Porque é Infinito” de Victor Hugo Pontes, a partir de uma releitura contemporânea de “Romeu e Julieta”, de William Shakespeare.
Em Constância, o Dia Mundial da Dança é assinalado no jardim dos Museu dos Rios e das Artes Marítimas com “25 minutos de Zumba!”.