Um grupo de seis homens roubava carros por encomenda e transportava-os para um armazém discreto em Folgosa, na Maia, onde, de seguida, os desmantelava.
O grupo era especialista no furto de automóveis, a maioria topo de gama, e arrecadou 220 mil euros com o roubo de veículos, durante dez meses, em 2017.
Os arguidos recorriam a tecnologia de ponta para comprometer o sistema de segurança dos carros. De acordo com o Ministério Público (MP), “com o uso de um aparelho eletrónico de descodificação de módulo centralina e sem causar quaisquer danos”, os indivíduos conseguiam colocar os veículos em funcionamento.
O grupo serviu-se, ainda, da tecnologia para desligar o alarme do Stand Pinto e Sousa, em Ermesinde, onde conseguiu entrar e roubar as chaves de quatro automóveis, avaliados em mais de 80 mil euros, avança o Jornal de Notícias.
De entre os vários furtos descritos na acusação, o mais rentável foi cometido em Chaves, onde, alegadamente, o grupo recorreu ao aparelho de ligação à centralina para roubar três Mercedes topo de gama.
Um dos arguidos era proprietário de uma empresa de compra e venda de peças em São Romão do Coronado, na Trofa, onde terão sido vendidas partes dos automóveis roubados, segundo o Jornal de Notícias.
Os homens da Maia, Ermesinde, Trofa, Vizela e Braga estão agora a ser julgados, no Tribunal de Braga, por furtos, falsificação de documentos e recetação por suspeitas de terem furtado nove veículos em 2017. Dois deles estão ainda a cumprir pena por outros processos.
O roubo de e em automóveis, assim como de e em outros veículos motorizados, registou particular incidência, nos últimos 10 anos, em Portugal, com especial enfoque no Porto, Algarve e Lisboa.
A conclusão é de um estudo da HelloSafe que, após ter analisado os últimos dez anos de furtos de automóveis e outros veículos motorizados em Portugal, concluiu que foi principalmente no Porto, em Lisboa e no Algarve que este tipo de situações mais aconteceu.
De acordo com os dados reunidos pela HelloSafe, a Cidade Invicta registou um número médio de furtos de e em veículos por 100 mil habitantes de 580 casos, o Algarve somou 451 e a sub-região de Lisboa contabilizou um total de 439 casos.
Em Portugal, os dados do Eurostat apontam para um total de 113.633 veículos furtados e 17.839 roubados, isto num total de 131.472 ocorrências, o que também significa uma média de 36 casos por dia, ou, ainda, um roubo a cada 40 minutos.
Finalmente e já numa comparação com a Europa, o estudo da HelloSafe coloca Portugal no 11.º lugar, ranking do qual fazem parte 17 países, e em que a Itália surge como o país onde a taxa de roubo e furto de veículos a cada 100 mil habitantes atinge o valor mais alto.