O presidente da Câmara de Viseu, Fernando Ruas (PSD), considerou esta quinta feira “mais um exemplo de centralismo” a decisão de instalar o polo regional do Centro de Estudos Judiciários (CEJ) em Vila do Conde.
No entender de Fernando Ruas, foi “mais uma oportunidade perdida para investir no interior do país e mais um investimento que vai para o litoral”, apesar de Viseu ter sido um dos municípios que se disponibilizaram para o receber.
“Quando se chega ao período das grandes decisões nada é feito em prol das cidades que se situam fora do litoral e não posso, por isso, deixar de manifestar a minha indignação”, afirmou.
Durante a reunião de câmara, o autarca social-democrata disse não ter nada contra Vila do Conde, considerando “até normal que faça a sua pressão”.
“Mas perdemos, mais uma vez, a oportunidade de inverter esta centralização que há tanto tempo o país promove”, lamentou Fernando Ruas.
O antigo Convento de Nossa Senhora do Carmo, em Vila do Conde, vai acolher o novo polo do Centro de Estudos Judiciários (CEJ), devendo o edifício ser disponibilizado ainda este ano, adiantou o Ministério da Justiça.
“A par de Lisboa, este novo polo, a ser instalado no ex-Convento do Carmo, vai dedicar-se à formação inicial de magistrados, prevendo-se que o edifício esteja disponível até ao final do corrente ano”, adiantou o gabinete da Ministra da Justiça, na sequência da informação avançada relativamente à localidade escolhida para o primeiro polo de formação da magistratura fora de Lisboa.
Sublinhando que a Ministra da Justiça, Catarina Sarmento e Castro, já tinha manifestado a preocupação de “tornar mais fácil e atrativo o acesso à carreira da magistratura”, fonte oficial do Ministério explicou que o polo regional em Vila do Conde “não é mais um plano no papel” e que corresponde à procura registada entre os candidatos.
“Além de ir ao encontro daquela que é uma inegável tendência – os números demonstram que a maioria dos candidatos ao Centro de Estudos Judiciários provém da região Norte – é sublinhada a preocupação e a vontade de reforçar a coesão territorial”, acrescentou.