O treinador Miguel Afonso foi suspenso por 35 meses e o diretor Samuel Costa por 18, ambos do Futebol Clube de Famalicão, na sequência das denúncias de assédio sexual por jogadoras, anunciou o Conselho de Disciplina da Federação Portuguesa de Futebol.
A decisão foi comunicada pelo Conselho de Disciplina da Federação Portuguesa de Futebol, condenando o técnico pela “prática de cinco infrações disciplinares” muito graves, decorrentes de “comportamentos discriminatórios em função do género e/ou da orientação sexual”, punindo-o com 35 meses (quase três anos) de suspensão e 5.100 euros de multa, enquanto Samuel Costa cumprirá ano e meio de suspensão, por três infrações muito graves, com 3.060 euros de multa.
O caso remonta a setembro, quando futebolistas que alinharam na equipa feminina do Rio Ave em 2020/21 denunciaram ações de assédio sexual por Miguel Afonso, então treinador da equipa feminina do clube, com várias jogadoras a formalizarem queixas, juntando-se, dias mais tarde, Samuel Costa, após novas denúncias, com o Conselho de Disciplina da Federação Portuguesa de Futebol a instaurar processos a ambos.
Em 30 de setembro, várias jogadoras treinadas por Miguel Afonso formalizaram, através do Sindicato dos Jogadores Profissionais de Futebol, queixas por assédio sexual na Federação Portuguesa de Futebol e na Polícia Judiciária, segundo confirmou fonte sindical.
O Sindicato dos Jogadores Profissionais de Futebol foi contactado e, tendo recolhidos os elementos de prova, formalizou as participações, que, de acordo com a mesma fonte, não incluem apenas jogadoras do plantel do Rio Ave, mas também de outros clubes orientados pelo referido treinador.
O Conselho de Disciplina da Federação Portuguesa de Futebol instaurou também um processo disciplinar contra o diretor desportivo do Futebol Clube de Famalicão feminino, Samuel Costa, por denúncia, disse à Lusa fonte do organismo.
Miguel Afonso e Samuel Costa foram suspensos de funções no Futebol Clube de Famalicão.