Um ano depois de ter sido relegado à II Liga, o Rio Ave garantiu este domingo o regresso ao patamar maior do futebol português cumprindo a promessa dos seus responsáveis de recolocar o clube “no lugar onde merece”.
O triunfo perante o Desportivo de Chaves, por 3-0, com um golo de Yakubu Aziz, logo no primeiro minuto, e um ‘bis’ de Aderllan Santos, aos 77 e 80, assegurou aos vilacondenses o primeiro posto da II Liga, com 70 pontos, e o consequente título de campeão do segundo escalão, depois de 1986, 1996 e 2003.
O emblema de Vila do Conde fez jus ao estatuto de principal candidato à subida de divisão, impondo-se numa época de superação, em que andou, quase sempre, nos lugares cimeiros, até atingir a meta de assegurar, na próxima época, a 27.ª presença no principal escalão.
Apesar da traumática, e de certa forma inesperada descida de divisão em 2020/21, após o dramático ‘playoff’ com o Arouca, que interrompeu uma série de 13 épocas consecutivas do clube na I Liga, os responsáveis do Rio Ave não pouparam no risco e no investimento, projetando um plantel com o claro objetivo da promoção.
Do grupo da última presença na Liga, não foram muitos os jogadores que transitaram, mas os que ficaram acabaram por fazer a diferença, como o médio Guga ou defesa Aderllan Santos, quase sempre titulares na estratégia do técnico Luís Freire.
O treinador, de 36 anos, contratado no início da época, com as credenciais de em 2019/20 ter reconduzido o Nacional da Madeira à I Liga, conseguiu o feito pela segunda vez na sua ainda curta carreira, devendo continuar, na próxima temporada, no comando dos vilacondenses.
Também fundamentais nesta jornada de sucesso do Rio Ave foram os dois avançados da equipa, Pedro Mendes, que chegou aos Arcos por empréstimo do Sporting, e Aziz, atacante ganês cedido pelo Vitória de Guimarães, que em conjunto apontaram mais de um terço dos golos conseguidos pela equipa esta temporada.
O percurso do Rio Ave foi, quase sempre, focado no campeonato, onde amealhou, até aqui, 21 vitórias e 7 empates, apesar de conseguindo, também, uma boa prestação na Taça de Portugal, em que ‘caiu’ apenas nos quartos de final, no duelo com o Tondela, finalista da prova, já depois de ter eliminado outros dois conjuntos da I Liga: Boavista e Belenenses SAD.
Tendo sofrido apenas seis derrotas no campeonato, quatro delas entre a jornada 6 e a 14, no período mais irregular da equipa, o conjunto da foz do Ave fez uma segunda volta quase imaculada, e decisiva, com apenas um desaire, frente ao Nacional da Madeira.
As convicções de que a equipa iria subir de divisão ficaram mais consolidadas entre os adeptos após duas vitórias com carregado peso anímico, no triunfo (2-1) de reviravolta na receção ao Benfica B, na jornada 30, e no sucesso (1-0) frente ao também promovido Casa Pia, na antepenúltima ronda.
Após esse jogo, António Silva Campos, presidente do clube, reforçou as suas convicções de que “a passagem do Rio Ave pela II Liga será curta” e que “o clube vai regressar ao lugar que merece na I Liga”.
“Desde o início, assumimos que íamos ser candidatos, e até nos acusaram de pensar que já tínhamos a subida garantida. A verdade é que trabalhámos muito para estar nesta posição, e sabemos que temos valor e uma grande equipa para conseguir esse objetivo”, disse na altura o presidente do Rio Ave Futebol Clube, António Silva Campos.