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Exposição “Teima em ser Poesia” dedicada a Cruzeiro Seixas inaugurada na UNESCO em Paris

7 Maio 2022
Exposição “Teima em ser Poesia” dedicada a Cruzeiro Seixas inaugurada na UNESCO em Paris
Cultura
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A exposição “Cruzeiro Seixas – Teima em ser Poesia”, com curadoria de Marlene Oliveira e Perfecto Cuadrado, foi inaugurada na quinta feira, na sede da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO), em Paris.
A mostra dedicada ao artista plástico, falecido em novembro de 2020, pouco antes de completar cem anos, com obras que homenageiam escritores portugueses, como Mário de Sá-Carneiro, Fernando Pessoa e Mariana Alcoforado, estava prevista para esse ano, mas, devido às restrições da pandemia, acabou por ser adiada.
Organizada pela Fundação Cupertino Miranda, em parceria com a Delegação de Portugal na UNESCO em Paris, apoiadas pela Direção-Geral das Artes (DGArtes), a exposição foi inaugurada na quinta feira, Dia Mundial da Língua Portuguesa, às 16 horas, na sala Miró, na sede da UNESCO, em Paris, onde permanecerá até 14 de maio.
Artur Manuel do Cruzeiro Seixas, nascido a 3 de dezembro de 1920, foi um dos principais representantes do Surrealismo português, um movimento artístico nascido nos inícios dos anos 1920, em Paris, que em Portugal se manifesta na década de 1940, e ao qual Cruzeiro Seixas, Mário Cesariny, Pedro Oom, António Maria Lisboa, Mário-Henrique Leiria, entre outros, aderiram.
O grupo apresentou, em Lisboa, em 1947, a primeira exposição d’Os Surrealistas, que desenham a sua obra a partir do sonho e da imaginação, sem qualquer imposição estética ou moral.
As comemorações do centenário do nascimento de Cruzeiro Seixas (1920-2020) culminaram em Lisboa, com a maior exposição do artista, reunindo 160 obras na Sociedade Nacional de Belas Artes (SNBA), entre dezembro de 2021 e fevereiro deste ano.
A mostra, intitulada “O Sentido do Encontro”, foi apresentada pela Fundação Cupertino de Miranda, juntamente com o Ministério da Cultura, em parceria com a SNBA, reunindo sete entidades que pretendem manter viva a obra e memória do artista.
A iniciativa envolveu ainda a Biblioteca Nacional de Portugal, o Centro Português de Serigrafia, o Centro de Arte Moderna – Museu Calouste Gulbenkian, e o Museu Nacional de Arte Contemporânea do Chiado, de onde provêm as peças de Cruzeiro Seixas.
Cruzeiro Seixas doou, em 1999, o seu acervo artístico à Fundação Cupertino de Miranda, em Vila Nova de Famalicão, que tem vindo a salvaguardar, exibir e publicar a obra deste nome fundamental do Surrealismo em Portugal, autor de um vasto trabalho no campo do desenho e pintura, assim como na escultura e em objetos/escultura, além da literatura, com uma extensa obra poética.
Cruzeiro Seixas teve um longo percurso artístico, começando por uma fase expressionista, outra neorrealista e outra, com início no final dos anos 1940, mais prolongada, no movimento surrealista português, ao lado de Mário Cesariny, Carlos Calvet, António Maria Lisboa, Pedro Oom e Mário-Henrique Leiria.
Foi esse movimento artístico surgido no início do século XX, que viria a revolucionar a arte, que provocou nele uma acesa paixão criadora que manteria até ao fim da vida. Em 2011, numa entrevista, declarou, convicto, sobre o Movimento Surrealista: “até hoje, nada apareceu de melhor”.