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Investigadores dizem em estudo que absorção de notícias negativas é uma atitude nova e única

11 Janeiro 2022
Investigadores dizem em estudo que absorção de notícias negativas é uma atitude nova e única
Tecnologia
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Investigadores da Universidade da Florida, nos Estados Unidos da América, concluíram num estudo divulgado na segunda feira que o ‘doomscrolling’, termo em inglês usado para se referir à ação de absorção de notícias negativas, é “um comportamento novo e único”.
De acordo com os estudiosos, o comportamento dá-se em todas as pessoas de todo o espetro ideológico.
Com a análise publicada na revista “Technology, Mind, and Behavior”, da American Psychological Association, Benjamin K. Johnson, Bhakti Sharma e Susanna S. Lee propuseram-se a determinar se o ‘doomscrolling’ era apenas um novo nome para um problema já existente, mas concluíram que não.
Acredita-se que o termo tenha aparecido em 2018 no Twitter e ganhou popularidade em 2020 durante o auge da pandemia da Covid-19.
Quando os utilizadores das redes sociais que se querem manter atualizados com as últimas notícias, começam a fazer uma busca compulsiva por informações negativas na Internet, é aí que ocorre o ‘doomscrolling’, de acordo com os investigadores.
O estudo descobriu que o ‘doomscrolling’ pode estar associado ao medo de perder algo e estar constantemente conectado ‘online’ através de ‘smartphones’.
Ser um ‘doomscroller’ é mais do que apenas estar interessado em se manter informado, adiantaram os investigadores, que também desenvolveram uma técnica para medir o ‘doomscroll’.
Segundo o comunicado da Universidade, o objetivo da técnica de medição é abrir caminho para futuras investigações sobre a atenção obsessiva de algumas pessoas em notícias negativas.
O ‘doomscrolling’ é “a combinação de viver uma crise e ter um telefone inteligente com fluxo de notícias sem fim. Simplesmente contínuo. Então, continuamos a navegar [na Internet]”, explicou Benjamin K. Johnson.
O estudo descobriu que não há diferenças ideológicas entre os ‘doomscrollers’. Existem tanto à esquerda como a direita, mas os homens e os jovens são mais propensos a desenvolver o comportamento do que as mulheres e adultos mais velhos.
Não é claro o que desencadeia o ‘doomscrolling’, mas Benjamin K. Johnson disse que é específico para o momento atual.
Face à pandemia, problemas políticos e tiroteios massivos, as pessoas podem sentir-se atraídas por más notícias, acrescentou o comunicado.
Também não está claro se o ‘doomscrolling’ provoca ansiedade ou ao contrário.
“Embora os autores do estudo acreditem que se alimentem um do outro (‘doomscrolling’ e ansiedade), estabelecer causa e efeito vai exigir mais investigações”, indicou o documento.
Na opinião de Benjamin K. Johnson, as empresas produtoras de notícias ou de transmissão devem observar o comportamento dos ‘doomscrollers’.
Apesar de as pessoas consumirem mais notícias, trata-se apenas de um tipo específico de informação e, além disso, uma vez que se consciencializam de que o comportamento obsessivo as faz “sentirem-se mal”, podem optar por não receber mais notícias negativas, sugere o estudo.
“Isso pode ser prejudicial para as organizações de notícias, que geralmente dependem das histórias partilhadas nas redes sociais para atrair público para os seus ‘sites’”, enfatizaram os investigadores da Universidade da Florida, nos Estados Unidos da América.