O ano que agora começa vai ficar marcado pelo aumento generalizado de preços que os consumidores irão pagar pelos serviços que usam no dia-a-dia.
A eletricidade aumenta para quem está no mercado regulado, mas também para os clientes que já passaram para o liberalizado.
As portagens e os transportes também registam acréscimos, assim como as rendas.
O preço da eletricidade para as famílias do mercado regulado vai subir, em média, 0,2% a partir do novo ano, anunciou a Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE), em 15 de dezembro.
“Para os consumidores que permaneçam no mercado regulado (que representam 5% do consumo total e 915 mil clientes), ou que, estando no mercado livre, tenham optado por tarifa equiparada, a variação média anual das tarifas transitórias de venda a clientes finais em baixa tensão é de 0,2%”, indicou na altura, em comunicado, o regulador.
Ainda assim, ressalvou a ERSE, em janeiro de 2022, os consumidores vão constatar uma descida média de 3,4% e relação aos preços em vigor em dezembro do corrente ano.
Já os consumidores da tarifa social vão beneficiar de um desconto de 33,8% sobre as tarifas de venda a clientes finais.
No mercado liberalizado, as tarifas de eletricidade da EDP Comercial vão subir em média 2,4% em 2022, o que corresponde a um acréscimo na fatura das famílias de cerca de 90 cêntimos por mês, refletindo a subida dos custos da energia.
Já a Endesa vai manter os preços da eletricidade para as famílias e pequenos negócios, disse fonte oficial da comercializadora de energia no mercado liberalizado.
Por sua vez, a Galp vai aumentar os preços da eletricidade, uma subida que rondará os 2,7 euros mensais para as potências contratadas mais representativas, adiantou fonte oficial da empresa.
As rendas vão subir 0,43% em 2022, depois de congeladas em 2021, confirmou um aviso do INE – Instituto Nacional de Estatística, publicado em outubro, representando um aumento de cerca de 43 cêntimos por cada 100 euros de renda.
O coeficiente de atualização de 0,43% para os contratos de arrendamento rurais e urbanos para 2022, publicado em Diário da República, acontece após o congelamento no ano passado, na sequência de variação negativa do índice de preços, e aumentos de 0,51% em 2020, 1,15% em 2019, 1,12% em 2018, 0,54% em 2017 e 0,16% em 2016.
O preço das portagens nas autoestradas deverá aumentar 1,84% em 2022, tendo em conta a taxa de inflação homóloga, sem habitação para outubro, divulgada pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).
Em 2020 e 2021 os preços das portagens não foram alterados, após quatro anos consecutivos de subidas: em 2019 as portagens nas autoestradas aumentaram 0,98%, depois de aumentos de 1,42% em 2018, de 0,84% em 2017 e de 0,62% em 2016.
Por sua vez, a Brisa Concessão Rodoviária anunciou que 28 das 93 taxas de portagem aplicadas na classe 1 vão aumentar este ano, justificando a subida com a taxa de inflação homóloga.
Segundo a empresa, 28 das 93 taxas de portagem aplicadas na classe 1 (30% do total) serão atualizadas, “sendo que, na maioria dos percursos com mais elevada frequência de automobilistas ou com maior extensão, o impacto será diminuto”, referiu em comunicado, acrescentando que as suas tarifas de portagem irão registar em 2022 “uma atualização média de 1,57%”.
A Brisa aponta que os preços das portagens permaneceram inalterados em 2020 e 2021 e que a última atualização, em 2019, teve um coeficiente de 0,88%.
Os principais percursos em longa de distância com aumentos serão a A2, entre Lisboa e Algarve, com mais 0,35 euros, A1, entre Lisboa e Porto, com mais 0,20 euros, e A6, entre Marateca e Caia, também com mais 0,20 euros.
Entre os principais percursos urbanos com elevada frequência de automobilistas, o maior aumento será na A3, entre Porto e Valença, que passará a custar mais 0,25 euros.
O sublanço entre Maia e Santo Tirso, na A3, a A5, Lisboa e Cascais, e a A4, entre Porto e Amarante, terão uma atualização de 0,05 euros.
O preço dos transportes públicos que irá vigorar neste novo ano é atualizado em 0,57%, de acordo com a Autoridade da Mobilidade e dos Transportes (AMT).
Por outro lado, os preços dos passes sociais no Porto vão manter-se em 2022, segundo o presidente da Área Metropolitana do Porto (AMP), Eduardo Vítor Rodrigues.
Já os passes únicos Navegante, Municipal e Metropolitano vão manter o seu valor no próximo ano, de 30 e 40 euros, respetivamente, anunciou a Transportes Metropolitanos de Lisboa (TML).
Fonte oficial da Nowo disse que, “para o próximo ano [2022], não estão previstas quaisquer atualizações de preço” pela operadora de comunicações eletrónicas.
Já a Meo, da Altice Portugal, “procederá a uma atualização do preço base da mensalidade em tarifários/pacotes, com efeitos em 01 de janeiro de 2022, de acordo com as condições contratuais”, disse fonte oficial.
As restantes operadoras ainda não deram a conhecer a sua decisão.
O preço da inspeção obrigatória de automóveis ligeiros aumenta para 31,80 euros e o de pesados para 47,59 euros, segundo uma deliberação publicada no Diário da República.
O aumento das tarifas das inspeções técnicas a veículos rodoviários, previsto numa deliberação Instituto da Mobilidade e dos Transportes, vigora a partir de 1 de janeiro de 2022 e teve por base a última atualização do INE da taxa de inflação (sem habitação), referente a novembro de 2021, com uma taxa de variação média anual (sem habitação) de 0,99%.
Na deliberação é apresentado o valor base para os veículos ligeiros de 25,85 euros, a que acresce IVA a 23%.
A tarifa base dos veículos pesados sobe para 38,69 euros, a que acresce IVA, a dos motociclos, triciclos e quadriciclos para 13,02 euros e as dos reboques e semirreboques para 25,85 euros.
Já a tarifa base da reinspeção de inspeções aumenta para 6,48 euros, a atribuição ou reposição de matrícula para 64,53 euros, a extraordinária para 90,25 euros e a emissão de segunda via da ficha/certificado de inspeção para 2,43 euros.