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Movimento quer controlo de sedimentos dragados na obra do paredão de Leixões

9 Novembro 2021
Movimento quer controlo de sedimentos dragados na obra do paredão de Leixões
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O impulsionador do Movimento Diz Não ao Paredão, Humberto Silva, pediu hoje um controlo contínuo dos sedimentos dragados e descarregados nas praias, bem como a divulgação das suas análises, na sequência das obras no Porto de Leixões, em Matosinhos.
“A Administração dos Portos do Douro, Leixões e Viana do Castelo (APDL) garante que as amostras de 2017 são de boa qualidade, mas nós sabemos que o volume que irá ser dragado é um volume muito grande, há sempre um certo nível de incerteza sobre o que se pode encontrar”, disse Humberto Silva.
As dragagens estão a ser feitas no âmbito da obra de prolongamento do quebra-mar exterior e de melhoria das acessibilidades marítimas ao Porto de Leixões, em Matosinhos.
O líder daquele movimento, que contesta aquela empreitada em Leixões, pediu que haja um controlo contínuo de todo o material que é dragado e descarregado nas praias de Matosinhos e do Porto.
Além disso, o também presidente da Associação Década Reversível (ADERE) defendeu “abertura e transferência” na comunicação dos resultados das análises a esse dragado.
O objetivo é a comunidade saber aquilo que está a receber nas praias, porque caso não haja esse controlo “quase em tempo real” não se sabe se aquele material está em condições para ser descarregado, considerou.
O dirigente do Movimento Diz Não ao Paredão assumiu ainda que a espuma e a cor escura dos sedimentos não o deixam sossegado.
Na segunda feira, em conferência de imprensa, a APDL garantiu que a dragagem no âmbito da obra do Porto de Leixões tem um “vetor de sustentabilidade” que prevê a reposição de sedimentos no litoral e não “acarreta preocupações ambientais”.
A intervenção está numa “primeira etapa, que diz respeito à dragagem de sedimentos”, seguindo-se “uma segunda etapa, que é a dragagem da rocha”, explicou aos jornalistas o engenheiro civil Hugo Lopes.
Questionado sobre a cor escura dos sedimentos, o engenheiro da APDL explicou que é como nos leitos dos rios, onde há “alguns lodos” e outro material “um bocadinho mais turvo, mais escuro, que dá alguma cor”.
O responsável pela empreitada destacou que a dragagem inclui um “vetor de sustentabilidade”, prevendo a sua devolução às praias, “sempre que o material é de boa qualidade”.
Com um prazo de execução de 30 meses, a empreitada de melhoria das acessibilidades marítimas ao Porto de Leixões, que compreende o prolongamento do quebra-mar em 300 metros e a dragagem da bacia de rotação, implica um investimento de 147 milhões de euros.
Destes, 131 milhões de euros são em obra e o restante em serviços complementares como fiscalização e coordenação de segurança.