Desde o momento em que decidi avançar com uma candidatura pelo PSD à Junta de Freguesia da Junqueira, tenho procurado responder nas minhas reflexões pessoais a uma questão com a qual, na minha opinião, qualquer candidato se deve confrontar a partir do momento em que aceita este desafio. O que esperam, afinal, os junqueirenses do seu Presidente da Junta? Creio que, antes de mais, esperam alguém que, através da proximidade aos cidadãos esteja constantemente atento aos problemas mais imediatos da comunidade e que, com a maior rapidez e eficiência possível, encontre as soluções adequadas a esses problemas. Mas, não desprezando de nenhum modo esta importante vertente do trabalho de um líder, as minhas reflexões e os comentários que vou ouvindo das pessoas dizem-me que neste momento os junqueirenses esperam também alguém que vá mais além e olhe para a freguesia vendo nela um futuro que não repita o passado e presente de estagnação a que nos habituámos a assistir.
Olhando para o estado atual da Junqueira, o que vemos? Vemos, por um lado, uma freguesia repleta de recursos e potencialidades, com uma localização geográfica privilegiada, tesouros históricos e naturais únicos e extremamente valiosos, uma população que nos últimos anos tem-se tornado cada vez mais qualificada e que, com o seu esforço, dedicação e união, tem provado ao longo do tempo a sua paixão pela freguesia. Estes aspetos positivos devem fazer-nos a todos nós junqueirenses ter esperança num futuro brilhante para a freguesia. Mas, infelizmente, por outro lado, vemos que a Junqueira deixa toda essa riqueza e potencialidade esquecidas e desaproveitadas. Apesar da sua localização geográfica privilegiada, continua a estar completamente à margem do progresso e desenvolvimento expectáveis nos nossos dias, continuando, por exemplo, a não proporcionar a uma parte significativa da população serviços básicos como saneamento e água potável. Apesar da riqueza patrimonial da freguesia, urge colaborar com a Câmara Municipal de maneira a implementar uma política de requalificação e valorização que permita aos junqueirenses usufruírem dos seus tesouros e encará-los orgulhosamente como um cartão de visita da sua terra. E, por fim, apesar da população esforçada e crescentemente qualificada, continuamos a não ter os espaços de lazer que poderiam promover ainda mais a união e o convívio, nem os equipamentos culturais e desportivos que trariam um maior bem-estar e qualidade de vida à nossa gente, promoveriam uma igualdade efetiva no acesso ao conhecimento e à inovação, dariam visibilidade à freguesia e proporcionariam às gerações mais jovens um vínculo à sua terra, o qual, neste momento, com muita pena minha, é quase inexistente.
Tendo bem presente os meus sonhos e os dos junqueirenses, proponho que não adiemos nem mais um dia a promoção de uma cultura de proximidade entre a Junta de Freguesia e os cidadãos, o combate aos desequilíbrios a que ainda assistimos a nível da organização urbanística, a criação de espaços culturais e de lazer e infraestruturas modernas de apoio à atividade desportiva de todas faixas etárias, especialmente das crianças e jovens.
Por si só, as lacunas no desenvolvimento da Junqueira que antes mencionei constituirão um enorme desafio para quem o povo junqueirense escolher como seu próximo presidente. Acresce a isto, no entanto, o momento de fragilidade que estamos a viver. Há muito tempo que no mundo não assistíamos a uma crise tão profunda, a nível económico e social, como esta que a pandemia tem provocado. De uma forma discreta e silenciosa, esta crise tem afetado as autarquias e as comunidades locais, e é por isso urgente praticar uma política social que contribua para uma maior equidade e eficiência na gestão dos recursos públicos e que auxilie rapidamente aqueles que inesperadamente viram os seus negócios e empregos severamente afetados.
Em linhas muito gerais, este é o projeto de candidatura em que acredito. Contudo, é um projeto inacabado. Um verdadeiro projeto vencedor não pode partir apenas das minhas ideias. Durante os próximos tempos, até às eleições, conto com a participação de todas as pessoas que vivem na Junqueira e das organizações e associações que desenvolvem o seu trabalho na nossa freguesia para partilharem comigo as suas opiniões e propostas.
Pela Junqueira, pelos junqueirenses! Eduarda Curval.