O filme “VO”, de Nicolas Gourault, “uma investigação quase forense” ao universo dos automóveis sem condutor e ao acidente ocorrido em 2018, conquistou o Grande Prémio do Festival Curtas de Vila do Conde, anunciou o júri da competição.
Na Competição Nacional, o prémio de Melhor Filme foi para “Madrugada”, de Leonor Noivo, enquanto Mário Macedo obteve o prémio de Melhor Realizador com “Terceiro Turno”, e o Prémio do Público foi para “O Lobo Solitário”, de Filipe Melo.
Por categoria a concurso, o prémio de Melhor Filme de Animação foi para “I Gotta Look Good for the Apocalypse”, uma coprodução franco-turca dirigida por Ayce Kartal; em Documentário, para “Farrucas”, de Ian de la Rosa, uma coprodução entre Espanha e os Estados Unidos; em Ficção foi distinguido “L’Enfant Salamandre”, de Théo Dégen, da Bélgica; e o Prémio do Público foi para “David”, uma curta de ficção do norte-americano Zach Woods.
“VO” conseguiu também uma candidatura aos prémios da Academia Europeia de Cinema (European Film Awards), indicado pelo ‘Curtas’.
Considerado “o melhor filme em competição”, “VO” concretizou a primeira presença, no festival de Vila do Conde, do realizador e artista visual francês Nicolas Gourault.
Na base do filme, está a morte de uma mulher, atropelada numa estrada norte-americana, em março de 2018, por um carro sem condutor, em teste. O realizador procura perceber o que aconteceu, se foi “um erro da supervisão humana, uma falha da inteligência artificial, ou um misto dos dois”, segundo a apresentação do filme.
Na Competição Experimental do ‘Curtas’, o Prémio Centro de Arte Oliva foi para “Surviving You, Always”, uma produção britânica dirigida por Morgan Quaintance.
Nesta categoria, foi ainda atribuída uma Menção Honrosa a “Baki Tadu É”, de Kate Saragaço-Gomes e Calum MacBeath Morgan, uma coprodução entre a Índia, a Dinamarca e Portugal.
Na competição “Take One”, dedicada a produções de estudantes de cinema de diversas instituições portuguesas e estrangeiras de ensino superior, o prémio de Melhor Filme foi para “Fruto do Vosso Ventre”, de Fábio Silva, enquanto o de Melhor Realizador português, nesta competição, foi para Ana S. Carvalho, por “(In)Quietude”.
“Vanille”, produção franco-suíça de Guillaume Lorin, conquistou o prémio de Melhor Filme da competição Curtinhas, dedicada ao público familiar e infantojuvenil.
Nesta competição, foram também atribuídas menções honrosas a “Kiki, o Passarinho”, de Julie Rembauville e Nicolas Bianco-Levrin, de França; a “Guarda-Chuvas”, de José Prats e Álvaro Robles, uma coprodução de França e Espanha; e a “Na Moda”, de Jean Lecointre, também de França.
“O Teu Nome É”, de Paulo Patrício, coprodução luso-belga, conquistou o prémio My Generation, de filmes dedicados ao público juvenil.
Na competição de Vídeos Musicais foi distinguido “Stereoboy – Yipman”, de Luís Sobreiro.
As competições internacional e experimental do Curtas de Vila do Conde contaram com 51 filmes de 24 países, entre documentário, ficção e animação.
A partir deste ano, Curtas Vila do Conde passa a fazer parte do grupo de festivais qualificados pela Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood, responsável pelas cerimónias dos Óscares, o que faz com que, “o Grande Prémio da Competição Internacional e o Prémio para melhor filme da Competição Nacional” sejam elegíveis para consideração a candidatos a nomeações, nas categorias de Melhor Curta-Metragem de Animação e de Ficção, “dispensando assim a necessidade de serem apresentados em circuito comercial nos EUA, e desde que cumpram os regulamentos do concurso”, como se lê na página do evento.