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Trabalhadores da Super Bock e administração da empresa retomam negociações salariais

14 Junho 2021
Trabalhadores da Super Bock e administração da empresa retomam negociações salariais
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Os trabalhadores da Super Bock decidiram esta sexta feira em plenário aguardar pelo resultado das negociações com a administração da empresa, que serão retomadas na próxima semana, para decidir eventuais novas ações de luta por aumentos salariais, segundo fonte sindical.
Em declarações após o plenário, o dirigente do Sindicato dos Trabalhadores da Agricultura e das Indústrias de Alimentação, Bebidas e Tabacos de Portugal (SINTAB) José Eduardo Andrade disse que a administração da Super Bock se manifestou então disponível para retomar as negociações, tendo ficado já agendada uma reunião para a próxima sexta feira.
“Os trabalhadores vão honrar o compromisso de aguardar pelo resultado das negociações” antes de decidirem eventuais novas formas de luta, acrescentou.
Os trabalhadores da Super Bock Bebidas estiveram em greve entre as 20:00 da passada segunda feira e as 20:00 de quarta feira, em protesto contra os aumentos salariais de “0%” propostos pela administração.
A esta greve seguiu-se um terceiro dia de paralisação, no feriado de 10 de junho, no âmbito da já duradoura greve em vigor ao trabalho suplementar.
Contactado, o Super Bock Group referiu que esta é a “terceira greve no espaço de seis meses”, considerando tratar-se de “uma posição incompreensível dado o contexto que o país ainda atravessa (com confinamento geral durante 2,5 meses, a contração do mercado de cerveja em Portugal e a incerteza quanto ao regresso a uma normalidade)”.
De acordo com o SINTAB, durante os dias da greve a adesão foi “superior a 80%”, tendo a área de produção estado parada e apenas trabalhado duas das seis linhas de enchimento.
O processo de negociação das propostas de atualização do Acordo Coletivo do Trabalho, nomeadamente a relativa aos aumentos salariais, arrancou em 12 de fevereiro passado, tendo os sindicatos representativos dos trabalhadores da Super Bock (SINTAB e SINTICABA) entregado a respetiva proposta à administração da empresa.
Segundo a Comissão de Trabalhadores (CT) da Super Bock, “dessa reunião saiu uma clara e inequívoca intenção, por parte da Super Bock, de não negociar as propostas apresentadas pelos sindicatos”, avançando com “um aumento de 0%”, sendo que, “após essa data”, a empresa “não mais se mostrou disponível para voltar à mesa das negociações”.
A empresa garantiu que se mantém, “tal como sempre se manteve, disponível para retomar o processo negocial com os sindicatos, aguardando por parte destes igual disponibilidade”.
A Comissão de Trabalhadores (CT) acusa ainda a Super Bock de aplicar “vários regimes de horários desregulados, há muito tempo anunciados, na área industrial, fazendo com que os trabalhadores vissem os seus rendimentos reduzidos e as suas vidas, social e familiar, afetadas”.