O filme “Noite Turva”, do realizador português Diogo Salgado, vai competir pela Palma de Ouro de Melhor Curta-Metragem do 74.º Festival de Cinema de Cannes, marcado para julho, anunciou a organização do certame.
De acordo com a organização do festival, “Noite Turva” é um dos dez filmes, escolhidos entre 3.739, integrados na competição de curtas-metragens.
Além de Portugal, esta competição inclui filmes do Brasil, Dinamarca, China, França, Hong Kong Irão e, “pela primeira vez na seleção oficial do festival”, do Kosovo e da Macedónia.
O filme de Diogo Salgado venceu o Prémio de Melhor Filme da Competição Nacional do 28.º festival de cinema Curtas de Vila de Conde, que decorreu em outubro do ano passado.
“Noite Turva”, uma obra de ficção com 14 minutos, é o primeiro filme de Diogo Salgado, nascido em Coimbra, em 1994, que estudou Cinema na Escola Superior de Teatro em Cinema e Cinema e Ciências da Comunicação na Universidade Nova de Lisboa.
De acordo com a Agência da Curta-Metragem, a curta “narra a tarde de dois rapazes que brincam na floresta junto a uma lagoa”.
“Quando um deles desaparece, a lagoa e os seus habitantes tomam o controlo da narrativa, construindo, ao entrar da noite, um labirinto que cerca as duas crianças. Enquanto um dos rapazes deambula pela floresta à procura do amigo, as silhuetas, texturas e sons exercem lentamente a sua força”, lê-se na sinopse, disponível .
A 74.ª edição do Festival de Cannes, que decorre entre 6 e 17 de julho, terá a concurso na competição oficial 24 filmes, incluindo obras de realizadores como o italiano Nanni Moretti, o russo Kirill Serebrennikov e o francês Jacques Audiard.
O festival terá uma nova secção intitulada “Cannes Premières”, que contará com novas obras de cineastas já consagrados, mas que não constam na competição.
Outra das novidades deste ano é a criação de uma secção efémera dedicada às questões ambientais.
No total, a seleção oficial da 74.ª edição do festival conta com 61 filmes e o júri será presidido pelo realizador norte-americano Spike Lee.
Este ano, o Festival de Cinema de Cannes, assim como os programas paralelos Quinzena de Realizadores e Semana da Crítica, foram reprogramados para julho, por causa da pandemia de Covid-19.
O filme “Diários de Otsoga”, de Maureen Fazendeiro e Miguel Gomes, foi selecionado para a Quinzena dos Realizadores, fazendo a estreia mundial em Cannes.
O filme foi rodado em 2020 já em plena pandemia, com os atores Crista Alfaiate, Carloto Cotta e João Nunes Monteiro.
O argumento é assinado por Mariana Ricardo e também por Maureen Fazendeiro e Miguel Gomes, que coassinam pela primeira vez uma produção.
A 53.ª Quinzena dos Realizadores, um programa paralelo e não competitivo do Festival de Cannes, decorrerá de 7 a 17 de julho.
De acordo com a produtora O Som e a Fúria, o filme terá estreia comercial nos cinemas franceses a 14 de julho, enquanto a estreia portuguesa está marcada para 19 de agosto.
Entre as curtas-metragens selecionadas para a Quinzena de Realizadores conta-se, ainda, “Sycorax”, do espanhol Lois Patiño e do argentino Matías Piñeiro, a partir de uma obra de Shakespeare.
O filme foi rodado nos Açores, resultado de uma residência artística, com coprodução portuguesa da Bando À Parte, de Rodrigo Areias.
Na programação da Quinzena de Realizadores estará também o filme “Medusa”, da realizadora brasileira Anita Rocha da Silveira, e será ainda atribuído o prémio de carreira ao realizador norte-americano Frederick Wiseman, de 91 anos.
O filme de abertura será “Between Two Worlds”, de Emmanuel Carrère, com Juliette Binoche.