A Câmara de Matosinhos aprovou esta terça feira, com voto contra do PSD, a alteração ao traçado da linha de metro entre a Senhora da Hora, em Matosinhos, e o Hospital de São João, no Porto, tornando-a “mais competitiva e metropolitana”.
Esta proposta de alteração, face ao projeto delineado em 2011, pretende tornar “mais competitiva a futura linha de metro sob uma lógica metropolitana e permitir, simultaneamente, um melhor serviço à população como alternativa ao uso do automóvel”, refere a proposta “Rede de Metro Ligeiro da Área Metropolitana do Porto – Revisão da Linha de São Mamede de Infesta” aprovada esta terça feira em reunião pública do executivo municipal matosinhense.
O novo traçado liga a estação da Senhora da Hora, em Matosinhos, ao Hospital de São João, no Porto, numa extensão de 5,7 quilómetros, menos um do que o inicialmente delineado, e conta com sete estações, três delas enterradas e quatro à superfície, ao invés das oito previstas no projeto de 2011, sublinha o projeto.
“Representa uma diminuição de custos previstos relativamente à solução anterior, estimada em 40 a 60 milhões de euros, ainda que estes números apenas sejam possíveis de verificar em fase posterior”, sustenta o documento.
A anterior proposta, com 6,4 quilómetros, previa a ligação da estação da Fonte do Cuco, na Senhora da Hora, em Matosinhos, à estação do Polo Universitário, a nascente do Hospital de São João.
“Por várias razões, este projeto nunca foi concretizado, considerando-se a crise financeira que assolou o país nessa altura a principal razão”, salienta a proposta.
A autarquia classifica agora como “prioritária” a construção desta linha por considerar que poderá contribuir para a concretização de uma rede de transportes públicos urbanos de “elevada capacidade, mais rápida, mais competitiva e de menor custo”.
Na discussão da proposta, a presidente da Câmara Municipal de Matosinhos, a socialista Luísa Salgueiro, disse tratar-se de uma ambição há muito reivindicada.
Além de entender que responde a uma nova versão de desenvolvimento do território, Luísa Salgueiro destacou a redução da viagem em oito minutos, algo que apontou como “fundamental” atualmente.
Falando igualmente numa aspiração que está a ganhar forma, o vereador comunista dos Transportes e da Mobilidade, José Pedro Rodrigues, falou numa linha de metro que se cruza com os principais eixos da rede de transporte público rodoviário e com a linha ferroviária de Leixões que, abrindo a passageiros, vai multiplicar as opções de mobilidade municipal e metropolitana.
Contudo, o vereador social-democrata, Jorge Magalhães, apesar de reconhecer a importância da proposta, decidiu votar contra pelo “tempo” em que a mesma vem a discussão na reunião do executivo, apontando tratar-se de um “período pré-eleitoral”.
Já o independente Narciso Miranda apontou a importância e necessidade da linha admitindo, contudo, ter “algumas dúvidas” quanto ao novo traçado.
Mostrando-se igualmente de acordo, mas não “na totalidade”, o também independente António Parada falou em “prós e contras” nas propostas.