A companhia Instável – Centro Coreográfico coordena um projeto, intitulado Coriolis e financiado em 90 mil euros, que pretende colmatar as necessidades de 30 organizações culturais de artes performativas do Norte de Portugal, através de formações “co-construídas”.
“O que o projeto tem de diferenciador dos restantes é que vai ser co-construído com as organizações com o intuito de encontrarmos pontos de encontro”, afirmou Catarina Serraniza.
O projeto Coriolis – Movimento Sustentável, que se iniciou em setembro de 2020, tem uma verba de 90 mil euros, 90% da qual financiada pelo programa EEA Grants, Mecanismo Financeiro Plurianual, que visa desenvolver ações para reduzir disparidades sociais e económicas na Europa.
Com o objetivo promover a sustentabilidade e colmatar necessidades relacionadas com a gestão, comunicação e financiamento, o projeto envolve 30 organizações culturais de artes performativas da região Norte de Portugal, provenientes do Porto, Braga, Vila Nova de Famalicão, Santo Tirso e Vila Real.
Numa altura em que “a maior parte destas organizações está com a sua atividade afetada”, Catarina Serrazina afirmou que é “um período excecional para o desenvolvimento das suas próprias capacidades”, bem como para o melhoramento dos seus procedimentos.
“O objetivo é voltarem-se para dentro e fazerem o possível para sair desta crise mais capazes”, salientou Catarina Serraniza.
Depois de um estudo de diagnóstico das necessidades das organizações, conduzido pelo Centro de Estudos de Comunicação e Sociedade da Universidade do Minho, vão agora ser dinamizados módulos de formação.
Gestão Cultural, Direitos de Autor, Comunicação Cultural, Fontes de Financiamento, Políticas Culturais e Europeias e Obrigações Legais são alguns dos módulos que vão decorrer até junho e ser conduzidos por sete formadores.
Além da companhia Instável – Centro Coreográfico, o projeto conta ainda com a Rede Inducar como parceiro, que vai conduzir um programa de colaboração.
Com o intuito de capacitar estas 30 organizações a desenvolverem procedimentos de gestão “mais eficazes”, melhores métodos de comunicação, de modo a ficarem menos dependentes de fontes únicas de financiamento, o projeto conta ainda com um programa de colaboração, coordenado pela entidade parceira do projeto, a Rede Inducar.
“A Rede Inducar está responsável por facilitar o programa de colaboração. O projeto incide num programa de formação e num de colaboração onde se incentiva a aproximação entre organizações participantes, a partilha de melhores práticas e uma colaboração mais informal”, afirmou Catarina Serraniza.
O projeto, que termina a abril de 2022, enquadra-se no Eixo 4 do programa Cidad@os Ativos, promovido em Portugal pelo consórcio Fundação Bissaya Barreto e Fundação Calouste Gulbenkian.
O nome remete para o efeito Coriolis, da Física, que diz respeito ao impacto de diferentes forças nos corpos em movimento.