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CDU do Porto critica “silêncio” de Rui Moreira sobre fecho da refinaria da Galp de Matosinhos

17 Fevereiro 2021
CDU do Porto critica “silêncio” de Rui Moreira sobre fecho da refinaria da Galp de Matosinhos
Política
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Os deputados municipais da CDU criticaram o “silêncio” do presidente da Câmara Municipal do Porto, o independente Rui Moreira, sobre o encerramento da refinaria da Galp em Matosinhos.
Durante a sessão ordinária da Assembleia Municipal do Porto, que decorreu por videoconferência, a deputada Joana Rodrigues, da CDU, lamentou, no período dedicado às declarações políticas, “o silêncio” do autarca sobre esta matéria.
“Não podemos deixar de referir que consideramos no mínimo estranho o silêncio por parte de Rui Moreira relativamente a um assunto desta importância. Quando noutras alturas se mostrou defensor acérrimo em questões regionais (…) onde está agora esse porta-voz quando nos encontramos perante esta perda para o distrito do Porto e para a região Norte”, questionou a deputada.
Joana Rodrigues considerou ainda que o Governo tem os instrumentos necessários “para travar a decisão” da Galp, defendendo que a nacionalização seria a solução ideal para se recuperar um setor estratégico para o país.
Fonte do sindicato afirmou que os trabalhadores da refinaria da Galp em Matosinhos, que deverá encerrar até final do ano, vão protestar em frente à Câmara Municipal do Porto no dia 25.
A concentração, que compreende a realização de um plenário de trabalhadores, está agendado para 25 de fevereiro, às 14:30, em frente à Câmara Municipal do Porto, disse Telmo Silva, dirigente do Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras, Energia e Atividades do Ambiente (SITE) do Norte e da Comissão de Trabalhadores.
O sindicalista explicou que o objetivo é “ouvir” o presidente da autarquia, o independente Rui Moreira, sobre o fecho do complexo petroquímico que vai afetar não só o concelho de Matosinhos, onde está sedeada, mas toda a região norte.
“Já pedimos reunião com o presidente Rui Moreira e, até agora, nada. Está calado sobre o assunto”, afirmou.
Telmo Silva criticou o facto de o independente ainda não ter defendido publicamente a refinaria, sendo ele um “defensor do Norte”.
A Galp anunciou em dezembro de 2020 a intenção de concentrar as suas operações de refinação e desenvolvimentos futuros no complexo de Sines e descontinuar a refinação em Matosinhos este ano.
A decisão põe em causa 500 postos de trabalho diretos e 1.000 indiretos, conforme estimativas dos sindicatos.
Telmo Silva adiantou que a empresa continua sem dar respostas aos trabalhadores, nem a apresentar soluções.
Depois de um plenário de trabalhadores junto à Câmara Municipal de Matosinhos a 12 de janeiro, estes manifestaram-se a 2 de fevereiro em frente à sede da Galp e à residência do Primeiro-Ministro, António Costa, em Lisboa.
O Estado é acionista da Galp, com uma participação de 7%, através da Parpública.