Setor da restauração, bares e comércio de luto manifesta-se e queima caixões em pleno Porto

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Um grupo de empresários do setor da restauração, bares e comércio queimou caixões durante uma manifestação na Avenida dos Aliados, esta sexta feira, no Porto.
Este protesto, que começou cerca das 16 horas e reuniu mais de mil empresários a contestar medidas que consideram restritivas impostas pelo Governo de António Costa para travar a pandemia de Covid-19, resultou em desacatos com a polícia.
Além do arremesso de garrafas contra elementos das forças de segurança, os manifestantes colocaram caixões [simbolizando a morte do setor] a arder, obrigando a intervenção policial.
O movimento “A Pão e Água” considerou que os desacatos durante a manifestação na Avenida dos Aliados, no Porto, esta sexta feira, são reflexo do “desespero” em que os empresários da restauração, bares e comércio se encontram.
“Isto [desacatos] é o exemplo claro do estado de desespero em que as pessoas se encontram neste momento”, afirmou Miguel Camões, porta-voz do movimento “A Pão e Água” e presidente da Associação de Bares e Discotecas da Movida do Porto.
“Costa: faz outra proposta”, “Estão a matar quem não tem covid” e “Nove meses para nascer, nove meses para morrer” foram alguns dos cartazes hasteados nas escadarias da Câmara Municipal do Porto e que mostram o descontentamento do setor.
Munidos de frigideiras, colheres de pau, panelas e outros utensílios, os empresários consideram as medidas de apoio anunciadas pelo Governo “insuficientes”.
Portugal está em Estado de Emergência desde 9 de novembro até dia 23, período durante o qual há recolher obrigatório nos concelhos de risco de contágio mais elevado e municípios vizinhos. A medida abrange 114 concelhos, número que passa a 191 a partir de segunda feira.
Durante a semana, o recolher obrigatório deve ser respeitado entre as 23:00 e as 05:00, enquanto nos fins de semana a circulação está limitada entre as 13:00 de sábado e as 05:00 de domingo e entre as 13:00 de domingo e as 05:00 de segunda feira.