A Frente Comum de Sindicatos da Administração Pública disse esta terça feira, 6 de outubro, que o Governo não apresentou uma proposta de aumentos salariais para os trabalhadores do Estado e fala em “divergências à partida”, depois de uma reunião negocial com o Governo.
“O Governo não tem proposta de aumento salarial para 2021 concreta”, afirmou aos jornalistas o coordenador da Frente Comum, Sebastião Santana, acrescentando que, no que diz respeito às questões gerais do documento que o executivo lhes entregou, há “divergências à partida”.
A Frente Comum esteve reunida terça feira de manhã com o Governo, que se fez representar pelo secretário de Estado da Administração Pública, José Couto, e pelo secretário de Estado Adjunto e dos Assuntos Fiscais, António Mendonça Mendes, no Ministério da Modernização do Estado e da Administração Pública, em Lisboa, no âmbito da primeira ronda de reuniões para a negociação coletiva geral anual.
“Saímos daqui com a sensação que vamos ter que lutar por esses aumentos e lutaremos, com certeza”, sublinhou Sebastião Santana.
“Essa proposta [de aumentos salariais] não veio hoje, mas há mais reuniões, pelo menos mais uma”, esclareceu.
Segundo o dirigente sindical, a proposta do Governo inclui um reforço de 8.400 trabalhadores para o setor da saúde e de 1.000 técnicos superiores.
A Frente Comum considerou a proposta “manifestamente insuficiente” e diz que não satisfaz a necessidade dos serviços da Administração Pública.
A estrutura sindical adiantou, ainda, que a proposta do Governo fala também em deslocalização de trabalhadores para o interior.
Quanto ao alargamento do subsistema de saúde ADSE a mais trabalhadores e a reformas antecipadas, outras das questões que poderiam estar em cima da mesa das negociações, Sebastião Santana disse também não ter sido apresentada qualquer proposta concreta.
A Frente Comum vai agora analisar o documento que recebeu esta terça feira e reúne na sexta feira o órgão máximo da estrutura sindical, para tomar uma posição sobre a proposta do Governo.