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Pescadores do Norte estão “preocupados” com a possível quebra na venda de sardinha no verão

13 Maio 2020
Pescadores do Norte estão “preocupados” com a possível quebra na venda de sardinha no verão
Economia
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Os pescadores de sardinha do Norte do país estão “preocupados” com uma eventual quebra nas vendas deste peixe nos meses de verão, devido ao cancelamento das festas dos santos populares e à incerteza sobre o funcionamento da restauração.
Depois de uma paragem de alguns meses, a frota nacional inicia a campanha de captura deste pescado a 1 de junho, prolongando-se por dois meses, mas as restrições do mercado, ainda decorrentes da pandemia de Covid-19, causam apreensão aos pescadores.
“As vendas de sardinha na altura dos santos populares são importantes, não só pela quantidade, mas também pelo preço que é pago, mas a nossa grande preocupação é com a restauração, que é quem nos compra boa parte do peixe durante todo o verão”, começou por explicar Agostinho Mata, líder da Propeixe, Cooperativa de Produtores de Peixe do Norte.
O líder desta organização de produtores considerou “muito importante para o setor que os restaurantes possam recomeçar a trabalhar, mesmo com as novas regras, e que os clientes recuperem a confiança”, mas apontou outras formas de escoamento para a sardinha.
“A indústria conserveira também será fundamental para as nossas vendas. Vão ter um importante papel para ajudar a revitalizar o setor e compensar eventuais perdas. Estou certo que haverá um bom entendimento”, completou Agostinho Mata.
A incerteza do mercado, devido às consequências da Covid-19, veio numa altura em que as quotas de pesca da sardinha, impostas pela União Europeia para Portugal, até aumentaram em 1.300 toneladas, em relação a 2019.
A recuperação biológica da espécie, comprovada por estudos científicos, permite que, em 2020, as cerca de 120 embarcações da frota do cerco, possam pescar, em águas nacionais, 6.300 toneladas de sardinha.
Agostinho Mata considera que os estudos confirmam o que pescadores já vinham a constatar como a “quase recuperação total dos recursos”, mas alerta para a necessidade de se manter um equilíbrio.
“O aumento de captura e uma menor procura pode levar a uma baixa do preço. Para a evitar, poderá ser necessário estipular um limite diário de captura, um preço mínimo de venda em lota e aumentar a capacidade de congelação”, completou o líder da Propeixe.
O dirigente garantiu, ainda, que o regresso à atividade está a ser preparado com todas as normas de segurança possíveis para evitar a propagação da Covid-19.
“A tipologia do nosso trabalho exige condições especiais, mas as organizações de produtores estão a tomar medidas para que tudo possa ser feito em segurança, tanto no mar como em terra, adotando várias medidas de segurança, nomeadamente equipamento de proteção individual”, assegurou.