O Ministério do Mar anunciou a intenção de, nos próximos três anos, dragar 275 mil metros cúbicos de inertes no porto de pesca da Póvoa de Varzim, no distrito do Porto.
Numa nota enviada, a tutela diz que a intervenção faz parte do Plano Plurianual de Dragagens 2018-2020, elaborado pelo Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC), que “define os volumes a dragar nos vários portos de pesca, entre eles o porto da Póvoa de Varzim”.
O Ministério do Mar informou, ainda, que “têm sido feitas dragagens para repor a cota de serviço no porto da Póvoa de Varzim, de forma a garantir a segurança dos pescadores e das embarcações”, e reconhece que esta infraestrutura “pela sua configuração e condições de hidrodinâmica tem necessidades anuais de dragagem”.
No mesmo texto, o ministério vincou que em “2019 se efetuaram operações de dragagens, no montante de 492.450 euros” no porto de pesca da Póvoa de Varzim, lembrando que caso essa intervenção não tivesse sido feita “teria como consequência provável o encerramento da barra do porto por falta de condições de segurança”.
O plano plurianual de intervenções, programado para três anos, no porto de pesca da Póvoa de Varzim contempla, segundo o Ministério do Mar, que em 2020 sejam dragados 75.000 m3 de inertes, em 2021 125.000 m3 e em 2022 75.000 m3.
Tendo em conta a semelhança das condições de mar e da agitação marítima, a tutela colocou no mesmo lote de intervenções os portos de pesca do litoral Norte, de Vila Praia de Âncora, Esposende, Vila do Conde, e zona piscatória de Angeiras.
A Associação Pró Maior Segurança dos Homens do Mar (APMSHM) alertou que os pescadores que utilizam o porto da Póvoa de Varzim “correm risco de morte”, devido ao problema do assoreamento na barra.
Segundo José Festas, presidente da associação, “a situação é muito grave”, denunciando que nos últimos dias “foi por pouco que não aconteceu um acidente” no local, apelando “ajuda” ao Governo para resolver a situação.