O Presidente Marcelo Rebelo de Sousa considerou-se um aliado na promoção do livro e da leitura, enaltecendo a “cumplicidade” que deve existir entre as línguas portuguesas e espanhola.
O Presidente da República esteve presente na sessão de abertura da 20.ª edição do Correntes D’Escritas, encontro de escritores da expressão ibérica, que se realiza na Póvoa de Varzim, enaltecendo o papel deste certame literário para a promoção de valores.
“Há uma cumplicidade que traduz bem o que é nossa política externa, com a primazia ao mundo que fala português, mas, depois, uma atenção especial dentro da Europa, especialmente ao nosso vizinho espanhol”, vincou o Presidente da República.
Marcelo Rebelo de Sousa expressou a sua “gratidão aos que escrevem”, mas deixou também um convite “às bibliotecas, livrarias, editores e alfarrabistas” para que se juntem no combate da promoção do livro e da leitura.
“O combate que tem de prosseguir e renovar-se em formas de intervenções. No que me toca, sejam dois ou mais anos que esteja em Belém, podem contar com a minha vontade. Não faltará a festa do livro, como que a sublinhar que esta luta não pode esmorecer, tem de se revigorar e conseguir novos reptos”, afirmou.
O Presidente da República, que lembrou as três vezes anteriores em que participou no Correntes de D’Escritas, teve, desta vez, ao seu lado o homólogo Jorge Carlos Fonseca, Presidente da República de Cabo Verde e da Conferência de Chefes de Estado e de Governo da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa [CPLP], que proferiu a conferência de abertura do evento.
O líder cabo-verdiano, também escritor, abraçou o repto deixado pelo homólogo português para o “espírito do encontro, da convergência, da escrita em correntes e do diálogo”.
“É um privilégio estar neste evento extraordinário, que celebra 20 anos. Devemos estar gratos aos escritores, e a todas as gentes das letras, que nos fazem ter convicção que o nosso mundo está a salvo”, disse Jorge Carlos Fonseca.
Também na abertura do certame esteve a Ministra da Cultura, Graça Fonseca, solicitada por Marcelo Rebelo de Sousa, para participar na promoção do livro, da cultura e da diversidade, enaltecendo o contributo do Correntes D’Escritas.
“O meu reconhecimento para este encontro que promove uma partilha de ideias entre duas línguas irmãs, e as suas múltiplas culturas. A comunicação entre as diversas expressões de origem ibérica é da maior relevância e expõe todo o património que nos é comum e a sua diversidade”, partilhou.
Graça Fonseca falou “na celebração da palavra contra o analfabetismo”, enaltecendo a capacidade deste encontro juntar escritores e público, na promoção da cultura.
“Estarmos rodeados de Cultura é fundamental para construção de uma sociedade democrática e na manutenção e renovação da sua capacidade crítica. É um pilar da democracia e da cidadania”, concluiu a Ministra da Cultura.
A 20.ª edição do Correntes d’Escritas vai reunir, na Póvoa de Varzim, até 27 de fevereiro, 140 escritores de 20 países de expressão ibérica, para participar num leque de atividades literárias e culturais.