A curta metragem de animação “Entre Sombras”, segundo filme de Alice Eça Guimarães e Mónica Santos, foi exibido em festivais nacionais e internacionais, conquistou distinções, e conseguiu uma inesperada nomeação para os Césares, prémios do cinema francês, a entregar esta semana.
“Estamos muito contentes porque está a superar as nossas expectativas, até porque não sabíamos que éramos elegíveis para os Césares”, partilhou Alice Eça Guimarães, explicando que tal aconteceu “porque existe uma pós-produção com uma produtora francesa, a Vivement Lundi!”.
“Entre Sombras”, que mistura as técnicas de pixilação e ‘stop motion’ com atores reais, está nomeado para os Césares, que são entregues na próxima sexta feira, na categoria de Melhor Curta-Metragem de Animação.
Em dezembro, o filme foi distinguido com o prémio de melhor animação do festival Caminhos do Cinema, de Coimbra. No mês anterior, tinha recebido uma menção honrosa e o Prémio do Público na Festa Mundial da Animação, em Portalegre. Em julho, venceu o Prémio do Público do festival Curtas Vila do Conde. Antes disso, já tinha recebido o Prémio do Público no Animafest, em Zabreg, na Croácia, e o prémio especial do júri do festival de cinema de animação de Hiroshima, no Japão.
Da receção que “Entre Sombras” tem tido, em Portugal e no estrangeiro, o que mais surpreendeu as autoras do filme “foram os prémios do público”. “Mais do que o ‘Amélia & Duarte’ [o primeiro filme que fizeram juntas, de 2015], tem apelado muito ao público, tem comunicado muito com ele”, contou Mónica Santos.
Alice Eça Guimarães reforça que, “em geral, o público tem gostado muito, o que é sempre gratificante. No fim da sessão vêm falar connosco, fazem algumas perguntas e elogiam. Os prémios sabemos que são uma coisa um pouco aleatória, mas tem-nos corrido muito bem”, referiu.
Alice e Mónica, ambas de 38 anos, conheceram-se no curso superior de Som e Imagem da Universidade Católica, no Porto. Depois do curso, seguiram caminhos diferentes e “mais ou menos dez anos depois” voltaram a encontrar-se “com a ideia para fazer o primeiro filme”.