Os antigos trabalhadores da Fábrica de Mindelo, em Vila do conde, agendaram para sexta feira passada uma concentração à porta do prédio onde se situa o escritório de advogados que está a tratar de um processo de reclamação de três milhões indemnizações que, supostamente, a Caixa Geral de Depósitos mantém retidos e que resultaram de juros da venda de maquinaria e materiais da antiga fábrica têxtil.
Os cerca de 300 trabalhadores reclamam esse dinheiro uma vez que não receberam a totalidade das indemnizações a que teriam direito aquando da falência da Fábrica de Mindelo.
Mais recentemente, os ex-trabalhadores recorreram ao Tribunal da Relação do Porto, que entende que uma ação de enriquecimento ilícito contra a entidade bancária não pode ser feita pelos antigos funcionários, mas somente pelo gestor judicial da massa falida, Alberto Lopes.
Fernando Gomes, porta-voz dos ex-trabalhadores da Fábrica de Mindelo, diz que Alberto Lopes apenas espera por este documento dos advogados para fazer seguir o processo, já que a ação contra a Caixa Geral de Depósitos só pode avançar com um parecer favorável.
Cansados de esperar pelo papel dos advogados, os antigos trabalhadores da Mindelo promoveram um protesto de rua na sexta feira passada, junto ao escritório dos advogados, perto da Alameda dos Descobrimentos, mesmo em frente ao Tribunal de Vila do Conde.
Segundo dados da União dos Sindicatos do Porto, a Sociedade Industrial do Mindelo, também do sector têxtil, tem a pagar aos ex-funcionários 3,6 milhões.
A Fábrica de Mindelo faliu em 1996 e só uma década depois é que as instalações e o terreno foram vendidos e foi liquidada parte das indemnizações aos cerca de 300 operários. Agora, 22 anos depois, os ex-trabalhadores não desistem de tentar recuperar mais de 3 milhões de euros que dizem pertencer-lhes.