Última hora

José Leonel Ramalho mostra superação e resiliência e recupera do 27.º até ao sexto lugar

12 Setembro 2018
José Leonel Ramalho mostra superação e resiliência e recupera do 27.º até ao sexto lugar
Desporto
0

O atleta vilacondense José Leonel Ramalho terminou em sexto lugar no campeonato do mundo de canoagem de maratona, mas a classificação não espelha a prestação que o canoísta do Clube Fluvial Vilacondense teve no Mundial de Maratona de K1.
José Leonel Ramalho falou em “superação e resiliência” na sua recuperação até ao sexto lugar no Mundial de maratona, após o rombo no caiaque que lhe negou a possibilidade de lutar por título inédito na carreira.
“Sabia a velocidade que precisava para conseguir recuperar, estou treinado para isso. Sabia que, chegando ao grupo da frente, seria difícil lutar com eles, pois a potencia tinha ido toda ao ar. Mas a verdade é que tentei, fiz o que pude. Realmente foi fantástico ouvir todo este público a torcer por mim, mas não deu mais”, disse José Leonel Ramalho, interrompendo a resposta emocionado.
O hexacampeão da Europa e vice-campeão do mundo em 2012, além de medalha de bronze em 2009, 2014 e 2016, era um dos principais favoritos ao inédito ouro, mas um rombo no casco na primeira volta arruinou-lhe a prova, obrigando-o a duas paragens e a perder cerca de dois minutos. De 27.º, e com os rivais a desaparecer no horizonte, esteve 20 quilómetros a tentar recuperar e terminou em sexto, sendo que ainda se juntou ao grupo da frente a volta e meia do fim, mas já não teve energia para os ataques rivais.
“Eles sabem que eu luto até ao fim, é uma questão de honra. Aconteça o que acontecer. Estarei lá sempre para dar o meu melhor”, completou, ainda com a voz embargada, à saída do Rio Cávado, na Vila de Prado, em Vila Verde, Braga.
José Leonel Ramalho disse desconhecer o que lhe provocou a fenda na embarcação, mas sabe que fez duas voltas com o caiaque com água, cada vez mais pesado e com crescente atrito. Resultado: parou duas vezes, com o segundo concerto a remediar, definitivamente, o problema.
“A fita-cola não estava bem posta, servia de travão. Indicaram-me que podíamos fazer qualquer coisa na segunda portagem. Parei e o pessoal da Nelo arranjou o melhor que pôde. O barco já deslizava normalmente. Nada a fazer. Foi baixar cabeça e dar o máximo”, descreveu José Leonel Ramalho.
Para o atleta do Clube Fluvial Vilacondense era objetivo pessoal terminar a competição, bem como juntar-se aos líderes da regata: “não me importei com a classificação, só queria apanhar o grupo da frente. Era quase uma questão de honra.”
“Não sei se teria ganhado de caras, mas a verdade é que estava muito bem, de resistência e força. Foi a melhor semana dos últimos anos. Posso lutar com o estar doente, o virar ou largar mal, mas com o barco com algum problema não há muito a fazer”, salientou José Leonel Ramalho no final da prova.
No domingo, José Leonel Ramalho juntou-se a Ricardo Carvalho, na prova de K2, mas desistiu, assumindo que as energias ficaram todas sábado no Rio Cávado, quando recuperou do 27.º para o sexto lugar, após problemas com o caiaque, depois de um choque com o rival argentino, logo na primeira volta, que lhe causou um rombo no casco da embarcação.