O internacional português aceitou pagar 1,7 milhões de euros depois de ter sido acusado de fuga ao fisco e desvio de receitas obtidas com direitos de imagem para paraísos fiscais.
Fábio Coentrão, jogador do Real Madrid, compareceu esta segunda feira, 3 de julho, num tribunal espanhol para regularizar a situação com o Fisco espanhol.
Fábio Coentrão terá recorrido a triangulações de rendimentos, através de paraísos fiscais, e à Irlanda para se furtar ao pagamento de impostos e de ter usado a mesma sociedade irlandesa que outros jogadores do agente Jorge Mendes, a Multisports & Image Management (MIM) Limited.
De acordo com o jornal espanhol El Pais, que integrou a rede de órgãos de comunicação social que denunciaram o caso Football Leaks, Fábio Coentrão estava acusado de defraudar o fisco espanhol em 1,29 milhões de euros, através do recurso da sociedades do Panamá e da Irlanda.
Segundo pormenoriza o El Pais, o jogador português terá simulado em 2011 ter cedido os seus direitos de imagem à sociedade Rodinn Company INC, domiciliada no Panamá, que, por seu turno, os cedeu à Multisports & Image Management Limited, empresa de Jorge Mendes domiciliada na Irlanda.
Quando foi contratado para jogar no Real Madrid, Fábio Coentrão terá mantido a estrutura societária com o objectivo de manter “opacas” as receitas sobre os seus direitos de imagem, descreve o El Pais.
Estes serão os primeiros resultados visíveis das denúncias feitas em dezembro de 2016 pelo Consórcio Internacional de Jornalistas. Este consórcio, que em Portugal é integrado pelo Expresso e a TVI, teve acesso a documentos que revelam os esquemas que as estrelas do futebol montam para reduzir a sua factura fiscal.
Cristiano Ronaldo (que desmentiu as suspeitas de forma veemente), José Mourinho (que garantiu ter as contas em dia), Ricardo Carvalho, Radamel Falcao, Angel Di Maria e Jorge Mendes têm, também, os nomes no caso Football Leaks.