Hoje, segunda-feira, dia livre de ocupações pastorais, numa manhã solarenga, fiz uma breve caminhada pela cidade de Vila do Conde e descobri o Natal.
Perto das alminhas dos Benguiados encontrei sorrisos e abraços, acenos de carinho e afeto de pessoas simples que diziam: “estamos com roupa de trabalho, Sr. Prior”. Nada que impossibilite um carinho. Um sorriso. Um abraço. E assim se descobre o Natal no coração dos crentes de sempre e nos de hoje que, pelo testemunho edílico da tradição palpável, convertem e arrastam para uma Igreja que não é mero conceito, mas Pessoa, rosto humano do Divino Deus feito Criança.
Já na Rua da Misericórdia, no rosto das crianças, dentro do carro dos avós, descobri novamente o Natal. Agitadas no banco de trás, como capazes de rebentar os cintos que as seguravam, pediam um abracinho. Porque um abracinho nos faz bem, aconchega o nosso coração e recorda-nos o colo da mãe e os braços pai. Eleva-nos para Deus, transporta-nos para Nossa Senhora.
Pois. O Natal é assim. Uma relação afetuosa e sorridente, sem reservas e etiqueta na espontaneidade do amor que se dá, sem medo. E é assim, sem medo de dizer os sentimentos que nutro, que pretendo chegar com esta mensagem natalícia a todas as casas onde habito no coração dos meus amigos e estimados paroquianos e a todas as outras onde a figura do sacerdote é ainda desconhecida. Quero, também, chegar às famílias que, por alguma razão, ficaram desiludidas com a evangelização, santificação e governo que tenho vindo a realizar em Nome de Jesus Cristo.
Tenho para mim que a felicidade está mais em dar do que em receber e neste Natal serei feliz se fizer feliz o Povo de Deus que o Senhor me confiou por mandato do Sr. Arcebispo. A verdadeira felicidade só acontece ao fazermos os outros felizes!
Que a Casa das Famílias Vilacondenses possa ser neste Natal lugar onde Jesus nasce, é amado e partilhado através de tantas orações, reflexões e comentários onde a fé se torna vida e a vida cresce na fé.
Um Natal desmedidamente feliz no amor da família e na pureza do coração!
Pe. Paulo César Pereira Dias