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Só sabemos se o melão é bom quando o abrimos!

18 Dezembro 2015
Só sabemos se o melão é bom quando o abrimos!
Opinião
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Comprem um melão e pousem-no na fruteira. Fiquem apenas a olhar para ele, a idolatrá-lo (que melão tão bonito!). Mas nunca vão saber se ele é bom ou mau se não o abrirem. Tenham coragem para o cortar. Arrisquem. Afinal, só sabemos se o melão é bom quando o abrimos!
Acabou. Já não existe emprego para a vida. Já não existe casamento para a vida. Já não existe casa para a vida. Tirem isso da cabeça, por favor. Projetem a vossa vida cada vez mais com a atitude “Carpe Diem”.
A rápida evolução tecnológica a que temos assistido, na última década, maioritariamente, tem um lado extremamente positivo, no que compete à globalização e acesso à informação, mas acarreta um outro lado péssimo. Hoje acedemos a uma grande quantidade de informação por segundo. Mal ou bem, cada vez estamos mais informados, muitas vezes inconscientemente e somos bombardeados com mais informação sempre que usamos o telemóvel. Cada vez somos mais exigentes (o que é bom!).
Ainda que muita da informação que nos chega esteja errada, temos que estar cientes que quando vendemos alguma coisa, seja uma ideia, um produto ou um serviço, o cliente provavelmente sabe mais que nós (ou acha que sabe!).
Isto torna-se um desafio para os negócios e para a vida. Para não falar da querida Inovação. Hoje, a inovação é efémera. Se não somos rápidos no desenvolvimento de uma ideia, alguém o fará por nós (se já não o fez!).
Considero que temos duas hipóteses de sobreviver nesta selva: ou nos adaptamos a este ritmo alucinante ou ficamos para trás num ápice. Enquadra-se perfeitamente na teoria evolutiva Darwinista: “os organismos mais bem adaptados ao meio têm maiores chances de sobrevivência do que os menos adaptados”. Como tudo na vida, tem parte boa e má, dependendo do prisma.
Julgo que se nos mentalizarmos desta nova realidade, tendencialmente mais intensa, até nos conseguimos divertir. Temos mais oportunidades de vingar e falhar. Ironicamente, “é uma faca de dois legumes”, como diz Jaime Pacheco.
Deixo umas dicas a todos os leitores: mentalidade aberta, disponibilidade para a mudança e velocidade nas acções e decisões. O mundo não pára. Temos que abrir os nossos horizontes. Não fiquem a olhar para o melão. Saiam da vossa zona de conforto. Quando sentirem que está tudo estável, tranquilo e confortável, é porque alguma coisa está ou vai correr mal. Ainda que não viajem muito (não me digam isso!), que não saiam do vosso meio, estejam receptivos ao mundo e reajam. Mas reajam hoje. Não recusem novas ideias, por mais estranhas que pareçam. Não tomem “partidos” sem conhecerem verdadeiramente o valor das coisas.
A vida é como o melão, só sabemos se é boa se nos abrirmos…

Ana Rita Costa