Vila do Conde é o máximo. Vila do Conde obedece a todos os critérios de qualidade de vida. Bonito. Verde. Limpo. Equipamentos culturais e de lazer. Equipamentos desportivos e trilhos. Gente criativa e artistas. Controle urbanístico e arquitetura. Comércio local, artesanato e oferta de restauração. Clubes, associações, cooperativas e solidariedade. Não falta cá nada. Parece uma cidade desenhada numa reunião dos Lions. Tem água canalizada e saneamento. Muito caros, mas tem. É o preço da qualidade, é pra quem pode. Temos supermercados, bombeiros e Santa Casa.
Vila do Conde também tem hospital, sem urgência, mas hospital. Tribunal. Praia e bandeiras azuis. Rio e desportos fluviais. Pessoas que lutam pelos seus interesses e que não deixam cair os mosteiros nem erguer prédios junto a igrejas. É de um civismo exemplar. A cidadania mora em todos os discursos. Vila do Conde é um exemplo de equilíbrio e bom gosto.
Não fossem os sem abrigo que aumentam a cada dia e até esquecíamos a crise e o mundo selvagem e desequilibrado que vai lá fora. É isso e a sopa dos pobres mas enquanto tiver menos gente que a Badalhoca do Fredo, está tudo bem. Até temos as bicondes e ecrãs na cidade que nos fotografam e enviam para o Instagram. Isto é Europa. A tecnologia ao serviço do cidadão. Uma maravilha.
É óbvio que isto levanta as maiores parvoíces e ciumeiras por parte dos que cá não moram. Imagine-se que alguém dizia um dia destes que não tinha saneamento e água canalizada. Era um aldeão. (Também os temos às sextas feiras quando vêm apreciar o nosso mercado remodelado. Vêm em carreiras de manhã cedo e são giríssimos. Very Typical.) A inveja é muito feia. Então passa pela cabeça de alguém que em Vila do Conde há aldeias sem este tipo de equipamento básico? Em 2015, na era do 4G? Ridículo.
Acontece que o pessoal das aldeias não gosta muito de tomar banho e depois arranja desculpas dessas. Queriam era morar aqui no nosso Mónaco. Mas sabem, seus invejosos? Aqui na Vila, quando queremos saber como se vivia antigamente, fazemos uma feira medieval junto ao Forte de S. João e aproveitamos para comer pão com chouriço e beber ginja. Nós não desperdiçamos uma oportunidade para comer pão com chouriço. Daquele artesanal feito com fornos a lenha como os das aldeias. Ingratos.
Sermente in Que Lindo Presépio