Amarante é uma cidade portuguesa do Distrito do Porto, da região Norte e sub-região do Tâmega, com cerca de 11 261 habitantes.
É sede de um município com 301,33 km quadrados de área e 56 264 habitantes (Censos 2011), subdividido em 26 freguesias. O município é limitado a norte por Celorico de Basto, a nordeste por Mondim de Basto, a leste por Vila Real e por Santa Marta de Penaguião, a sul por Baião, Marco de Canaveses e Penafiel, a oeste por Lousada e a noroeste por Felgueiras.
No contexto de políticas sub-regionais de desenvolvimento e de mobilidade, é membro da Comunidade Intermunicipal (CIM) do Tâmega e Sousa, constituída por 12 municípios que, no seu total, contabilizam cerca de 528 000 habitantes.
O comércio e os serviços centram-se principalmente na cidade de Amarante e em Vila Meã, que constituem os dois principais núcleos urbanos do concelho.
Amarante teve, provavelmente, a sua origem nos povos primitivos que habitaram a serra da Aboboreira (habitada desde a Idade da Pedra), embora se desconheça exactamente o nome dos seus fundadores. Contudo, só começou a adquirir importância e visibilidade após a chegada de São Gonçalo (1187-1259), nascido em Tagilde, Guimarães, que em Amarante se fixou depois de peregrinar por Roma e Jerusalém, a quem se atribui a construção da velha ponte sobre o Rio Tâmega.
Já no séc. XVI, D. João III ordena a construção do Mosteiro de São Gonçalo sobre a capela junto à ponte sobre o Rio Tâmega, onde, segundo a lenda, São Gonçalo terá vivido e fora sepultado.
Em 1763, ocorre a derrocada da velha Ponte de São Gonçalo devido às cheias do Rio Tâmega. Nos anos seguintes foi reconstruída com o aspecto que ainda hoje apresenta.
No início do Século XIX, Napoleão Bonaparte tenta invadir Portugal e sobre Amarante passaram as invasões francesas, sendo palco do heróico episódio da Defesa da Ponte de Amarante, que valeu ao General Silveira o título de Conde de Amarante, e a própria vila de Amarante teve a honra de ser agraciada com o colar da Ordem Militar da Torre e Espada, do Valor, Lealdade e Mérito que reflecte no seu brasão municipal. Após este episódio criam-se planos para a reconstrução da vila, pois os franceses tinham incendiado quase a totalidade das casas.
As reformas liberais do século XIX reorganizaram administrativamente o território e em 1855 extinguiram-se os municípios de Gouveia, Gestaço e Santa Cruz de Ribatâmega, tendo o de Amarante recebido a maioria das suas freguesias e ainda algumas de Celorico de Basto.
O apogeu cultural dá-se nos inícios do século XX, graças a amarantinos como Teixeira de Pascoaes nas letras e Amadeo de Souza-Cardoso na pintura.
Amarante adquiriu estatuto de cidade a 8 de Julho de 1985, sendo esta também a data do seu feriado municipal.
O concelho de Amarante é fortemente marcado pelo seu relevo. Além disso, é também o maior concelho do Distrito do Porto, tendo cerca de 30 000 hectares de superfície.
Atravessado pelo rio Tâmega, cerca de 80% da superfície do concelho encontra-se abaixo dos 600 metros de altitude. No entanto, tal situação não impede de nele estar inserida uma das mais altas serras do país, o Marão, que tem cumes que atingem os 1415 metros, e a serra da Aboboreira. Outros rios que passam ao longo do concelho são o Ovelha, o Olo e o Odres.
O solo é maioritariamente formado por granito, com predomínio da biotite. Há também algumas zonas de xisto dispersas pelo concelho.
A população tem realizado um significativo crescimento nos dois últimos séculos, passando de 1 416 habitantes em 1801 para 56 264 em 2011. No entanto, nas últimas décadas, a taxa de crescimento tem decrescido. Entre 1960 e 2004, verificou-se um aumento de somente 27,6%. Tal justifica-se principalmente pelo elevado surto de emigração verificado nas décadas de 60 e 70, das freguesias periféricas dos centros urbanos de Amarante e Vila Meã, para países europeus como a Alemanha, França ou Suíça.
Actualmente, o município de Amarante é administrado por uma Câmara Municipal, composta por um Presidente e oito vereadores. Existe uma Assembleia Municipal, que é o órgão deliberativo do município, constituída por 53 deputados, dos quais 26 são Presidentes de cada uma das freguesias do concelho.
Depois das eleições autárquicas de 2013, um presidente e três vereadores são da coligação Afirmar Amarante (PSD/CDS-PP), quatro do Partido Socialista (PS) e um do movimento independente Amarante Somos Todos. O actual Presidente da Câmara de Amarante é José Luís Gaspar, pela coligação PSD/CDS, que foi eleito pela primeira vez para o cargo com cerca de 39% dos votos. A maioria das cadeiras da assembleia municipal e das juntas de freguesias são dominadas pelo PS.
Desde as primeiras eleições livres, após o fim do período do Estado Novo, que houve três fases distintas nas inclinações partidárias do município. A câmara foi governada pelo PSD entre 1976 e 1985. No entanto, de 1989 a 2013, o PS venceu todas as autárquicas, primeiro com Francisco Assis entre 1989 e 1995, e depois com Armindo Abreu, de 1995 a 2013. De realçar que em 1993 e em 1997, o PS garantiu as únicas maiorias absolutas em autárquicas neste concelho, com 58,8% e 58,48% dos votos, respectivamente. Em 2013, o PSD, em coligação com o CDS-PP, volta a ganhar a presidência da autarquia com José Luís Gaspar, embora sem maioria absoluta e com o PS a curta distância, a continuar a manter a presidência da assembleia municipal e a maioria das juntas de freguesia do concelho.