O Varzim, da Liga 3, venceu este domingo o Boavista, da I Liga, por 1-0, em jogo da terceira eliminatória da Taça de Portugal de futebol, numa partida onde os poveiros conseguiram esbater a diferença de escalões.
O golo solitário de Moshood, aos 51 minutos, fez a diferença no desafio, premiando a postura mais audaz dos poveiros, perante um Boavista que sentiu muitas dificuldades em impor o seu futebol e só reagiu, verdadeiramente, quando se viu em desvantagem.
A equipa da Póvoa de Varzim começou cedo a mostrar postura atrevida, não demorando a criar lances de perigo, com remates de Cláudio Vieira e Ivanildo, que foram testando a atenção do guarda-redes César.
Do outro lado, o Boavista mais concentrado nas missões defensivas, tentava explorar o contra-ataque, mas com algumas carências na definição final, disfarçadas num cabeceamento de Miguel Reisinho, à passagem do quarto de hora.
Apesar desta tentativa de reposta dos axadrezados, o Varzim continuava mais dominador, ameaçando por três vezes o tento inaugural, em remates de Ivanildo, Moshood e Rúben Oliveira, que pecaram na pontaria, fazendo o nulo arrastar-se até ao intervalo.
No regresso do descanso, os poveiros voltaram a entrar melhor, e aos 51 minutos tiveram eficácia que lhes faltou no primeiro tempo, com Moshood a desviar de cabeça um cruzamento Fábio Pacheco, para estabelecer o 1-0.
Só quando se viu em desvantagem o Boavista, detentor de cinco Taças de Portugal, despertou para o desafio e assumiu uma postura mais ofensiva, aumentando a presença no meio-campo contrário, mas com dificuldades na construção final.
O Varzim, mesmo mais recuado, mostrou coesão e não deu veleidades ao adversário da I Liga, segurando, sem sobressaltos, a vantagem até ao final.
“Parabéns ao Varzim, foi melhor que nós e passou a eliminatória. Perante a nossa situação é normal que o nosso foco esteja no campeonato. Fizemos várias alterações na equipa e é normal que as coisas não tenham saído como queríamos. Temos de ter cabeça fria. Não vale a pena chorar com estas derrotas. Precisamos agora de olhar para a frente. Não quero desvalorizar o valor da Taça de Portugal, mas tenho de ser realista e pragmático, dizendo que a nossa prioridade é o campeonato. É normal insatisfação dos adeptos, tal como nós também querem sempre ganhar. Respeito muito os adeptos”, disse Cristiano Bacci, treinador Boavista.
“Fomos a melhor equipa. Não acontecem muitas vezes estas surpresas na Taça, mas conseguimos manter a identidade, perante um adversário de um outro patamar. Temos jogadores de qualidade e jovens, e esta é uma boa montra para eles se promoverem. Foram organizados e criaram muitas dificuldades ao Boavista. Esta é uma vitória que dá muito alento ao grupo. Temos de desfrutar do que fizemos, mas manter o foco para os jogos do campeonato que vêm já a seguir. Já recebemos um grande que foi o Boavista. Agora gostaria de ter um adversário que nos permitisse dar continuidade a este nosso percurso na Taça. O objetivo é continuar a seguir em frente. Com a atitude que mostrarmos hoje podemos ir mais longe nesta competição”, disse Vítor Paneira, treinador do Varzim.